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Leia a redação que ajudou brasileiro a fazer mestrado em Stanford

Redação do Estudar Fora - 22/12/2015
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Da coleção de medalhas em Olimpíadas de Matemática brasileiras ao primeiro lugar no vestibular da PUC-RJ e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a paixão pelos números sempre moveu Dan Zylberglejd.

Enquanto se formava em Engenharia Industrial, fez intercâmbio na UC Berkeley, nos EUA, onde desenvolveu modelos matemáticos quantitativos para o mercado financeiro e buscou estágios em diversas funções, como análise de risco.

Logo após a conclusão da graduação, decidiu fazer mestrado no exterior. Neste ano, foi aprovado na Universidade Stanford, na Califórnia, EUA, que é considerada uma das 10 melhores do mundo. O processo de seleção da instituição, a exemplo do adotado por outras universidades norte-americanas, envolve uma série de etapas, como análise de currículo, prova, teste de proficiência em inglês, entrevista e envio de essays (redações) e do personal statement (espécie de ensaio pessoal).

O personal statement é uma parte fundamental do processo de seleção, já que é a oportunidade do candidato mostrar às universidades quem ele é para além das notas em provas. Neste ponto, Dan fez a lição de casa: colocou no papel o que fez de interessante no passado, por que Stanford era o lugar certo para ele e como vê seu potencial futuro com um mestrado deste calibre em mãos. Entenda o processo de seleção para a pós no exterior

A seguir, ele compartilha com exclusividade o personal statement que enviou a Stanford e que colaborou para sua aprovação na universidade – o texto foi traduzido do inglês pela equipe do Estudar Fora:

Baixe aqui o texto original enviado a Stanford (em inglês)

Personal Statement Stanford University – Mestrado em Estatística

Em mundo que se desenvolve rapidamente, com uma quantidade crescente de dados e eficiência computacional, a estatística surge como peça-chave no processo tecnológico. Apaixonei-me por essa ciência fascinante e poderosa através de formação acadêmica e experiência prática. Completar minha graduação em engenharia de produção enquanto estagiava em diversas posições quantitativas me preparou adequadamente para meu próximo passo. Acredito que o programa de Mestrado em estatística oferecido pela Universidade de Stanford é perfeito para mim em minha busca por uma experiência aprofundada em minha pesquisa acadêmica na pós-graduação.

Minha paixão pela matemática começou cedo, quando participei da Olimpíada Brasileira de Matemática. Resolver problemas complexos com as mentes mais brilhantes do país me inspirou a dominar este campo, aumentando minha motivação de mergulhar em meus estudos e me tornar um dos melhores competidores do Brasil. Não apenas recebi diversas medalhas nessa competições como também fiquei em 1º lugar nos vestibulares da Pontífice Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), assim como 22º lugar nacional do Enem (o equivalente brasileiro ao SAT).

Na PUC, ao escolher o curso [major] de Engenharia Industrial eu tive grande exposição ao campo da estatística, então optei pela análise de risco como área secundária [minor]. Estudei disciplinas enriquecedoras como “Inteligência Computacional”, “Análise de Séries Temporais”, “Modelos de Regressão” e “Processos Estocásticos de Markov”. A cada semestre eu recebida prêmios de melhores notas, o que permitiu que eu me tornasse professor-assistente de Álgebra Linear e, depois, de Cálculo Especial. Também consegui um intercâmbio de um ano na UC Berkeley, uma experiência que mudou minha vida com seu ambiente acadêmico e diversidade cultural.

Estagiar em empresas enquanto estudava na faculdade foi uma experiência desafiadora mas frutífera, visto que sempre usei meus interesses acadêmicos para me guiar em trabalhos relacionados a finanças quantitativas. Primeiro, me juntei à Kadima Asset Management como pesquisador de finanças quantitativas, onde experimentei o poder de alguns modelos estatísticos como o filtro de Kalman e análise de clusters. Não satisfeito em testar os modelos existentes, fui cativado pela ideia de construir o meu próprio. Após estudar, testar e programar, consegui projetar um bem-sucedido sistema de reversão à média. Após passar um ano acadêmico em Berkeley, me tornei analista de risco durante o verão no Citigroup NY. Para poder analisar o impacto das taxas de juro em pagamentos de hipotecas secundárias, construiu uma regressão não-linear e programei meu próprio otimizador, evitando a convergência a mínimos locais insatisfatórios. Quando voltei ao Brasil, me juntei a outra equipe de quantitativos – a Bozano Investimentos. Aqui, desenvolvi um algoritmo para obter rapidamente o primeiro componente de PCA em grandes dimensões, implementei co-integração de estimativas e analisei modelos de cálculo estocásticos. Fui então contratado por uma empresa maior, Vinci Partners, onde atualmente trabalho como analista. Sou muito grato por ter recebido propostas de todas essas companhias, e pelas diferentes experiências que cada uma me proporcionou.

Outro aspecto a que sempre me dediquei é o trabalho social. Com minha paixão pelo ensino, tentei contribuir constantemente com a sociedade através de mentorias e aulas. Além de visitas frequentes a orfanatos e asilos do Rio, também me juntei ao programa de mentoria YSP em Berkeley, palestrei para estudantes carentes no Rio e desenvolvi o “Steps”, um projeto para atrair mais estudantes a se tornarem professores voluntários.

Agora, estou pronto para entrar na pós-graduação. Estou empolgado com aprender uma grande variedade de tópicos, focando em aprendizado de máquinas, econometria, estatística Bayesiana e em altas dimensões. Estou interessado em teoria e prática, especialmente nas intercessões entre estatísticas, ciências da computação e ciências sociais. Não há lugar melhor que Stanford para me auxiliar a dar esse passo, não apenas por sua estupenda reputação mas também porque realmente me identifico com o programa.

Baixe aqui o texto original enviado a Stanford (em inglês)

 

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