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‘O intercâmbio me deu visão crítica para destruir nosso complexo de vira-lata’

Redação do Estudar Fora - 23/03/2016
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Em 2013, quando era estudante de relações internacionais da Universidade de São Paulo (USP), José Roberto Baldivia Júnior tomou uma decisão atípica: fazer um intercâmbio de um semestre na Escandinávia. Seu país de destino foi a Dinamarca, território nórdico com 5,7 milhões de habitantes, com o 20º maior PIB per capita do mundo e conhecido por ser a terra natal do Lego.

Porém, não foi nenhuma dessas características que atraiu o estudante: “Por ser de Relações Internacionais, sempre tive uma inclinação para conhecer culturas diferentes, ou seja, descobrir lugares que não estão no radar dos brasileiros. Isso fez com que eu pesquisasse muito antes de escolher o destino do meu intercâmbio”.

Ele conta que tomou a decisão quando descobriu o Danish Way of Teaching, com aulas que estimulam a reflexão, participação e liberdade no planejamento de estudo. “Fiquei apaixonado e tive certeza que queria viver essa experiência”, completa.

O mundo de Legos tampouco foi o que encontrou quando de fato chegou a Universidade de Aarhus, localizada na segunda maior cidade do país – depois da capital, Copenhague. “Fazer esse intercâmbio me deu uma visão muito crítica, que destruiu ainda mais a ideia de complexo de vira-lata que temos. Fui para um país nórdico, que temos a impressão de ser o crème de la crème, mas descobri que lá existem problemas também”, conta José.

Os problemas encontrados foram determinantes para o seu crescimento pessoal, diz o estudante. E profissional também. Ao retornar, José Roberto conseguiu um estágio no consulado da Dinamarca em São Paulo. “Fui contratado porque conhecia bem a dinâmica do país, e lá tinha muita liberdade para criar, propor mudanças, esse tipo de coisa. Não ficava preso ao ‘bê-a-bá’ do estágio, o que me ajudou muito”, diz.

Essa liberdade permitiu a José desenhar, por conta, um projeto de smart cities que recebeu uma verba do Ministério das Relações Exteriores dinamarquês para ser desenvolvido. “A ideia era pensar em como criar cidades mais sustentáveis usando tecnologia. Se você tem uma experiência de trabalho em que consegue agregar seus conhecimentos, isso vai se refletir para o resto de sua carreira”.

Após deixar o consulado, José ainda fez um estágio na Organização dos Estados Americanos (OEA) e hoje, formado, trabalha para a Falconi, empresa especializada em consultoria de gestão. “O intercâmbio foi com certeza determinante para os rumos que tomei. Hoje em dia em qualquer processo seletivo você acaba sendo demandado por isso. Está relacionado a fluência em idiomas, acesso a informação… quando você está em outro ambiente, você conhece outras referências para ler, ver e curtir.”

Da Dinamarca, ele sente falta da sensação de segurança, de fazer mais coisas a pé e da cordialidade das pessoas na rua. “Talvez bata um pouco no lugar comum com isso, mas são pequenas coisas que faziam parte da minha rotina”, conclui.

 

Por Beatriz Montesanti

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