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O estranho caso das bibliotecas silenciosas de Cornell

Nathalia Bustamante - 30/11/2016
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Por Matheus Simões Pires

Há um mês minha mãe, engenheira civil e aluna de direito, veio me visitar em Cornell. Era domingo e o primeiro dia das miniférias entre trimestres quando fomos passear pelo campus. Durante a visita ao Sage Hall, prédio da Johnson School of Management (onde estudo) minha mãe ficou impressionada com duas coisas: a primeira foi o número de pessoas estudando em um domingo de férias. A segunda foi o grau de concentração delas. “Elas não tiram os olhos dos livros!” disse, surpresa. Ela comentou como o ambiente é completamente diferente da faculdade onde estuda em Porto Alegre, em que as pessoas se distraem com qualquer barulho e conversam alto. “Eu deveria estudar mais” concluiu, encabulada.

Eu me lembro de ficar pensando: De onde vem essa diferença de comportamento? Será que alunos aqui são mais inteligentes e por isso estudam mais, ou será que por estudarem mais eles são mais inteligentes? Eu apostaria que é a segunda opção. Aqui, dar o máximo é o mínimo que se pode fazer. É como se fosse uma regra não escrita. Todo mundo dá o sangue, por dever.

Isso se nota de maneiras sutis, todos os dias: quando vejo pessoas na biblioteca às 5:30 da manhã de um domingo nevando, ou quando noto que 90% dos meus colegas sabem fazer acrobacias com a caneta entre os dedos (o que, descobri, é um hábito de quem estuda muito).

Quer ser melhor? Vá para ambientes melhores. Quer chegar mais longe? Vai para ambientes com pessoas que estão indo.

Mas não, você não precisa vir fazer um MBA nos Estados Unidos para estar perto de gente boa. Existe gente boa em toda sua volta. Você só precisa saber olhar da maneira certa. Se tem uma coisa que eu aprendi é o poder do meio. Os costumes e práticas são como uma força invisível, nos puxando para operar de forma semelhante à maioria. Quer ser melhor? Vá para ambientes melhores. Quer chegar mais longe? Vá para ambientes com pessoas que estão indo.

Existe um ditado que diz “você é a média das 5 pessoas com quem mais convive”. Eu acredito profundamente nisso. E tive que tomar decisões difíceis na minha vida em busca de subir esta régua.  Warren Buffett, o homem mais rico do mundo, tem uma fórmula para isso. Ele fala “Se você pudesse ganhar 10% de tudo que alguém que você conhece vai ganhar durante toda a vida, quem você escolheria? ” Ele continua com as seguintes perguntas: “ Por que você escolheria essa pessoa? Como ela se comporta? O que ela faz diferente dos outros? ”. Então, ele pede para pensarmos quem seria a última pessoa que nós escolheríamos e por quê. “Se comporte como a pessoa que você escolheria primeiro” é a mensagem de Buffet.

Hábitos de sucesso geram sucesso. Todos os dias, esforce-se para ser a pessoa que seus conhecidos botariam em primeiro lugar na lista do Warren Buffet. Emule as pessoas que você considera bem-sucedidas. Mais do que isso, tenha orgulho dos seus próprios hábitos de sucesso. Tenha orgulho de estar estudando no final de semana, no escritório de madrugada, correndo na chuva. Ir para a frente na vida não é uma escolha. É uma luta. Diária.

 

* Foto: Biblioteca de Cornell / Crédito: Matheus Simões Pires

Sobre Matheus Simões Pires
Empreendedor em Design de Produto pela UFRGS, Matheus é aluno no MBA da Cornell University. Com 21 anos fundou a Mutta Shoes, empresa de calçados masculinos focada no mercado exterior. Matheus é palestrante, maratonista, músico e apaixonado por desenvolvimento pessoal e excelência profissional. Acompanhe seu Instagram.

 

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Sobre o escritor

Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante é jornalista formada pela UFJF. Foi editora do Estudar Fora entre 2016 e 2018 e hoje é coordenadora de Conteúdo Educacional na Fundação Estudar.

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