InícioGraduaçãoNão olhamos capacidade financeira ao admitir um aluno, diz reitor do MIT

Não olhamos capacidade financeira ao admitir um aluno, diz reitor do MIT

Lecticia Maggi - 26/03/2015
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Onze mil alunos estudam no Massachusetts Institute of Technology (MIT), o mais prestigiado instituto de engenharia do mundo, localizado nos Estados Unidos. Destes, apenas 76 são brasileiros, sendo 19 alunos de graduação e 57 de pós-graduação. Para o reitor do MIT, o venezuelano Leo Rafael Reif, de 64 anos, o número é bastante baixo em comparação a outros países emergentes. “Talvez porque não saibam que ajudamos os estudantes sem recursos, o importante é se candidatar a uma vaga”, disse ele em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Você se candidata e, se for aceito, nós ajudamos em tudo que for possível

Neste ano, os quatro únicos brasileiros aprovados no MIT (Gustavo Torres, Allan dos Santos Costa, Felipe Alex Hoffman e Mateus Bezrutchk) foram preparados pela Fundação Estudar.

Reif considera que muitos alunos sequer tentam uma vaga no MIT por achar que é caro demais. Mas, segundo ele, um terço dos alunos de graduação não paga mensalidade, e muitos outros recebem algum tipo de apoio. “É importante avisar que não olhamos a capacidade financeira na hora da inscrição. Você se candidata e, se for aceito, nós ajudamos em tudo que for possível”, afirmou ele, que está no Brasil pela primeira vez como reitor da instituição. Ele se reunirá com reitores brasileiros e líderes da comunidade judaica.

“Interessa-me saber o que podemos fazer juntos. Descobrir de que questões ou problemas brasileiros o MIT pode ser parte da solução. Até mesmo pensar em uma futura presença do MIT no Brasil”, afirmou.

Sobre o prestígio do MIT – A universidade é a única no mundo que está entre as cinco mais premiadas com o Nobel e entre as cinco maiores detentoras de patentes nos EUA. Veja a seguir um trecho da entrevista dele à Folha de S.Paulo em que fala sobre as pesquisas no instituto:

“Poderia passar um dia inteiro contando o que se pesquisa hoje no MIT. Estamos estudando o uso de nanopartículas para detectar mais rapidamente o estágio inicial de doenças como câncer, algo a ser utilizado naquela avaliação médica anual a que os americanos se submetem. Outro grupo está usando nanotecnologia para descobrir como capturar o oxigênio e evitar que alimentos se estraguem antes de chegar a seu destino Ð1/3 do alimento do mundo é desperdiçado. E, para falar de algo que sei que interessa em São Paulo, pelo que leio nos jornais, estamos estudando como dessalinizar a água do mar em grande escala e de forma mais barata”.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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