Por José Frederico Lyra Netto, mestrando em Harvard
“José, para quais ‘shopping-classes’ você vai hoje?”
Após algum tempo distraído com o papel da programação, voltei a atenção para a mesa. Era horário do café da manhã no John F. Kennedy Forum, um espaço da Harvard Kennedy School que recebe nomes importantes para grandes palestras e debates. Naquele momento, porém, o local reunia alunos em uma animada discussão sobre um tema um pouco mais trivial – as sessões de shopping. Antes que o leitor tenha uma impressão demasiadamente fútil sobre este relato, ofereço um esclarecimento prévio: as sessões de shopping são momentos úteis para identificar quais aulas escolher – em especial as eletivas (aulas opcionais). Este será um dos relatos sobre experiências interessantes estudando fora – no meu caso, em Harvard, e de como explorar pontos valiosos de tais experiências.
A preparação que antecede o início das aulas é levada a sério. Primeiro, tivemos uma semana de orientação, em que diversos aspectos do curso e da universidade foram explicados – do sistema de mais de 70 bibliotecas a dicas de eventos com comida de graça. Após a orientação, chegaram os dias de “shopping”, em que os professores oferecem amostras de suas aulas para que os alunos possam, ao final, decidir em que matérias optativas se matricular. Uma maneira legal de ver isso é pensar que dezenas de professores de Harvard estão se esforçando, num espaço de 2 horas, para te convencer a pegar as matérias deles!
Nestas sessões, é difícil resistir ao impulso de espiar as aulas de professores famosos – um que tem livros best-sellers no New York Times, outro que é conselheiro do Obama, e por aí vai (quando cheguei em casa e liguei a TV, lá estava um destes professores sendo entrevistado sobre a Síria…). Mas além disso, este é um momento para verificar as aulas que se alinham com os interesses intelectuais e práticos do estudante. No meu caso, cursando o Master in Public Policy (espécie de MBA do setor publico), eu só tenho uma eletiva neste semestre, pois a maioria das matérias são pré-definidas para todo o 1º ano do mestrado. Esta eletiva, então, passa a ser algo bem precioso.
Depois de algumas idas e vindas, resolvi experimentar uma matéria chamada Sparking Social Change, que visa preparar o aluno para promover mudanças sistêmicas – algo muito interessante neste momento do Brasil. Terei 2 semanas pra decidir se fico ou não nela, mas seja qual for a decisão, esta eletiva ajuda a explicar qual será o tema central desta coluna. Além de contar como é fazer um curso de pós-graduação fora, espero contribuir sugerindo como esta experiência pode ajudar os jovens que pretendem, acima de tudo, ser agentes de mudança no Brasil, reforçando uma postura empreendedora – seja no setor público ou privado. Na semana de orientação, o Decano da faculdade fez um discurso dizendo que aqui é o lugar que treina pessoas para consertarem grandes problemas do mundo. Exagero ou não, espero compartilhar com vocês um pouco deste treinamento. Até a próxima!
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José Frederico – Colunista sobre a experiência de cursar um mestrado no exterior
A coluna do José Frederico é realizada em parceria com a Brasil Júnior, a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, uma organização de jovens que querem transformar o país e buscam fomentar o aprendizado de Gestão e Cultura Empreendedora. Conheça mais AQUI.
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