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Direito com a alma do negócio: LL.M. para atuar com Direito Empresarial

Priscila Bellini - 30/08/2017
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Não basta ter conhecimento jurídico, é preciso também pensar nos negócios do cliente. É o que aponta a gerente de desenvolvimento humano Renata Maiorino, do escritório Mattos Filho, ao descrever um candidato ideal para atuar com Direito Empresarial. “Não se trata apenas da questão técnica e jurídica, mas de ser capaz de olhar as soluções de forma maior”, pontua ela. Neste aspecto, possuir um LLM em Direito Empresarial não é pré-requisito, mas os aprendizados da experiência podem abrir muitas portas.

De fato, quem se dedica a esse segmento precisa ter em mente que está lidando com relações empresariais e comerciais, de menor ou maior porte. E ainda que a área tenha características fundamentais, presentes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos – como o objetivo final de lucro e a movimentação de capital – pesam nas relações empresariais as diferenças entre sistemas jurídicos dos países.

“O principal aprendizado do LL.M., considerando as diferenças entre direito brasileiro e direito americano, está mais ligado à oportunidade de amadurecimento e de aprender a pensar de maneira mais crítica e objetiva”, explica a brasileira Isabel Lustosa, que fez o curso na Universidade Harvard e hoje trabalha no escritório Ulhôa Canto, Rezende e Guerra Advogados, em São Paulo.

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Na época em que optou pelo curso, o LL.M. significava uma pausa para retomar o fôlego na carreira de Isabel, além de oportunidades de mudança. “Eu pretendia mudar de área de atuação, de uma prática voltada para contencioso para uma prática mais corporativa”, detalha ela.

Para o também advogado Guilherme Piereck, que fez o LL.M. na Universidade Northwestern, as vantagens foram parecidas. “A maneira como a gente aprende a pensar é uma ciência que se aplica em tudo, desde a forma de escrever um documento, até a capacidade de oratória e de convencimento”, sintetiza ele. Para Guilherme, o LL.M. serviu de ponto de virada para uma atuação voltada ao empresarial e abriu portas para o trabalho no Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. “Na época, eu queria ter um pé em Direito e outro em empresarial, e por isso fiz a transição”, resume o brasileiro.

As vantagens de um LLM em Direito Empresarial

Para quem deseja se aprofundar na área Empresarial – antes chamada comumente de Comercial – o LL.M. também oferece a possibilidade de fazer estágios em escritórios estrangeiros. Em estados como Nova York, por exemplo, é possível fazer o BAR Exam logo depois do master in law. E, com a autorização, fica mais fácil conseguir uma colocação no país, antes de retornar ao Brasil. No caso de Isabel, isso significou uma passagem de cerca de um ano em um escritório americano. “O LL.M. me deu acesso a esse ano de experiência na área de mercado de capitais e, de lá, vim trabalhar no Ulhôa Canto também com uma atuação na área consultiva”, conta a brasileira.

Ainda que áreas como concorrencial e mercado de capitais tenham mais pontos em comum com o que se faz no Brasil, quem atua em outros pontos do Direito Empresarial também encontra vantagens em um LL.M.. “Independentemente da área de atuação do advogado, um LLM sempre trará grande benefício”, defende Isabel.

Para quem deseja atuar em escritórios maiores no Brasil, o curso ajuda tanto na seleção quanto no dia a dia de trabalho. “É fundamental, porque a maneira de pensar da maioria dos sócios dos grandes escritórios foi profundamente influenciada pela experiência que eles tiveram no exterior”, pontua a brasileira. “Fazer um LL.M. facilita a comunicação e a compreensão do advogado sobre as questões discutidas em escritórios maiores”, conclui Isabel.

A possibilidade de “puxar matérias” de Negócios

 

Líder no QS Ranking sobre instituições de ensino em Direito, Harvard também tem um nome a zelar quando o assunto é Direito Empresarial. “Eu optei por Harvard muito em função da reputação da instituição, por estar muito bem posicionada nos rankings”, diz a brasileira Isabel Lustosa. “E também por ter um campus idílico, em uma cidade pequena cuja rotina revolve em torno da universidade”, conta ela.

Para os interessados em Direito Empresarial, uma das vantagens do LL.M. em Harvard é a de possibilitar que o aluno faça matérias também na escola de Negócios. Como a própria instituição aconselha, cursar disciplinas como Corporate Law é indicado mesmo para quem não deseja seguir nessa área. Isso porque o tema dá as bases para entender o fundamento das empresas em solo americano, quais suas obrigações e em que ocasiões podem ser processadas.

Em geral, os cursos mais famosos em Direito Empresarial na universidade exigem que o aluno possua alguma base em Finanças e também em Contabilidade. Para quem deseja dar um passo além, um caminho aconselhado é o de recorrer às matérias em Economia, bem como Direito Administrativo. A fim de colocar tudo isso em prática, Harvard apresenta doze centros ligados a temas relacionados em que os alunos prestam consultoria pro bono e aprofundam seus conhecimentos em Direito.

 

Leia também: Como (e por que) estudar direito no exterior

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Priscila Bellini
Escrito por Priscila Bellini. Entre em contato com Estudar Fora pelo e-mail [email protected].

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