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Como um intercâmbio na Ucrânia abriu as portas para este empreendedor brasileiro

Gustavo Sumares - 03/04/2019
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Desde criança tinha vontade de empreender, porque sempre achei um trabalho muito interessante. Em 2014, quando entrei na faculdade, conheci um pouco mais do mundo de startups e do empreendedorismo unido à tecnologia, e então me apaixonei. Nesse momento, soube do trabalho que a AIESEC desenvolve por meio dos modelos de intercâmbio, e alguns amigos que trabalhavam lá na época me ajudaram a escolher o que tinha mais a ver comigo.

Fiz intercâmbio na Ucrânia, no programa Empreendedor Global, para uma experiência de imersão em uma startup na cidade de Kiev. Trabalhei por 2 meses no segmento de Apresentação de Impacto e tive a chance de fazer parte de um ambiente dinâmico e arrojado.

Escolhi a Ucrânia por sugestão do pessoal da AIESEC, que disse que o escritório de Kiev era bem estruturado e fazia projetos bacanas. Sabia pouco sobre o país na época, além das guerras recentes, Chernobyl e times de futebol.

Primeira impressão

Minha primeira impressão foi um pouco assustadora, pois era uma cultura muito diferente da que eu vivia. A linguagem, a forma de se comportar, as placas de trânsito que não conseguia ler… tudo isso foi difícil no começo, mas depois de alguns dias me desprendi do medo e abracei a experiência.

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Quando entendi que por trás da personalidade fria dos ucranianos havia um povo tão hospitaleiro quanto o brasileiro, fiquei mais tranquilo. Passei a confiar mais nas pessoas, perguntava absolutamente tudo: o que comer, como chegar a determinados lugares, onde ir, entre outras coisas.

Meu maior aprendizado no intercâmbio na Ucrânia foi que não importa o lugar do mundo, sempre existem pessoas sensacionais. Minhas melhores memórias são de amizades que fiz e, vez ou outra, ainda converso com as pessoas que conheci lá. Trabalhar numa startup internacional me ajudou também na construção de habilidades de liderança e resiliência, além da diversidade cultural que agrega nas relações interpessoais e no gerenciamento de conflitos.

Um dos grandes desafios do intercâmbio foi conseguir entrar em um cotidiano de trabalho com pessoas que nunca achei que pudesse conhecer, já que poucas falavam inglês. Depois de conseguir me enquadrar nessa rotina, vi que tudo valeu a pena e fiz grandes amigos.

Benefícios da experiência

O intercâmbio na Ucrânia agregou bastante à minha vida pessoal, por me dar a oportunidade de conhecer e entender culturas diferentes, além de encontrar pessoas incríveis do outro lado do mundo. Do ponto de vista profissional, me fez ter contato com uma área de trabalho inovadora pela qual sou fascinado hoje em dia.

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A experiência de intercâmbio na Ucrânia me fez continuar trabalhando com Apresentação de Impacto, e decidi abrir meu próprio negócio aqui no Brasil. O intercâmbio é um momento em que conseguimos enxergar nossa vida em uma perspectiva bem mais ampla, saímos completamente da nossa zona de conforto e isso é um grande exercício de autoconhecimento.

Vejo que muita gente faz intercâmbio sem um objetivo definido, viaja apenas para aprender uma língua estrangeira. A maior dica que posso dar, é para fazer diferente. Escolha um lugar pensando no que você quer aprender ou com o que vai trabalhar, e prefira algo que realmente faça sentido para você. O mundo é muito grande para tomar decisões iguais às de todos. As melhores histórias vêm de experiências diferentes.

Sobre o autor

Tales Menezes é economista formado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Fez o intercâmbio Empreendedor Global pela AIESEC Belo Horizonte, para a cidade de Kiev, na Ucrânia. Hoje tem uma agência de Design Estratégico.

 

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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