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Intercâmbio no México: história, cultura e algumas das melhores universidades da América Latina

Gustavo Sumares - 25/04/2023
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O México é o segundo país mais populoso e com segundo maior PIB da América Latina, sendo em ambos os casos superado apenas pelo Brasil. País de Frida Kahlo e berço de civilizações pré-colombianas como maias e astecas, o país atrai muitos estudantes estrangeiros por vários motivos: desde sua cultura riquíssima, sua gastronomia cheia de personalidade, suas praias, seus desertos e seus sítios arqueológicos que preservam a história de povos mesoamericanos, até a possibilidade de aprofundar a fluência na língua espanhola em uma escola ou universidade de qualidade a baixo custo.

Principais Destinos 

Com mais de 112 milhões de habitantes, o país tem 31 patrimônios mundiais da UNESCO, entre eles o centro histórico da Cidade do México, a cidade pré-hispânica de Teotihuacán –onde se localizam particular as Pirâmides do Sol e da Lua e o Templo de Quetzalcóatl –, e as pinturas rupestres da Serra de São Francisco. Para quem quer conhecer as praias, o país oferece verdadeiros paraísos tropicais, dentre eles Cancún, Acapulco e Los Cabos. Já para quem gosta de grandes centros urbanos, com pitadas históricas e de modernidade, o melhor destino é a capital Cidade do México.

A Cidade do México é a cidade mais populosa da América do Norte. Ao contrário de São Paulo e de outras megalópoles modernas, a capital mexicana, apesar de ser densamente povoada, é uma cidade bastante horizontal, sem muitos prédios, e que conserva muito bem os prédios e ruínas das civilizações antigas.

Outro destino bastante procurado é Guadalajara. Terceira cidade mais populosa do país, sua economia é baseada na indústria, especialmente de tecnologia da informação, com um grande número de empresas internacionais e fábricas na sua área metropolitana, o que atrai muitos estudantes das áreas de computação e engenharia.

Ensino Médio 

Se a sua ideia é fazer intercâmbio no ensino médio, o México pode ser uma ótima opção para aprimorar o espanhol. Camila Ferreira, de 24 anos, que atualmente estuda medicina em Campo Grande (MS), concluiu o ensino médio entre julho de 2012 e de 2013 no país norte-americano através do programa do Rotary Club. “Eu não sabia falar espanhol, o que foi uma dificuldade na escolo no começo, pois todas as aulas eram ministradas em espanhol”, contou Camila. “As pessoas acham que o espanhol é fácil porque é parecido com o português, mas ele pode ser bem difícil de se comunicar.” Durante o período que ficou no México, a estudante morou na casa de duas famílias diferentes na cidade de Delícias, em no estado de Chihuahua, que fica a três horas da fronteira com os Estados Unidos. “Onde morei, as famílias falavam inglês, então foi ótimo porque, além de aprender espanhol, eu ainda tive a oportunidade de treinar meu inglês”.

Joel Zibordi, que é formado em engenharia de materiais e hoje em dia trabalha numa multinacional em São Paulo, também foi para o México pelo Rotary Club para terminar o ensino médio. “Foi uma das melhores escolhas que fiz na minha vida até hoje”, comentou o engenheiro, que morou em Acapulco entre agosto de 2008 e maio de 2009. “Sempre tive vontade de estudar espanhol, então foi a oportunidade perfeita, pois estudei numa escola católica muito boa lá, onde as aulas eram todas em espanhol, o que me fez desenvolver bem o idioma. Inclusive, chegando de volta ao Brasil, fiz a prova e consegui o certificado de proficiência Siele do Instituto Cervantes de São Paulo.”

Estudantes no México permanecem na escola entre 4 e 6 horas por dia. Normalmente o horário das escolas do ensino médio é das 8h às 14h30, de segunda a sexta-feira. As aulas começam no fim de agosto e vão até o fim de maio. Disciplinas como

O ensino público atende a 87% dos estudantes – e os estudantes internacionais que optam por esta modalidade podem tanto ser alocados em escolas particulares quanto públicas. São ministradas disciplinas como história mexicana, literatura espanhola, lei mexicana, bem como algumas eletivas. “Um diferencial do sistema do México para o do Brasil é que lá você escolhe a sua área de especialização no ensino médio, estudando uma grade com ênfase em humanas, ciências ou exatas. Escolhei ciências porque já tinha interesse de fazer medicina”, contou Camila.

Além do Rotary Club e de algumas agências de intercâmbio, como a ETC, a organização não governamental e sem fins lucrativos AFS também oferece opções de intercâmbio para ensino médio no México. Saiba mais aqui.

Curso de idiomas

O México é o país de língua espanhola mais populoso do mundo e um destino um destino mais barato para estudar espanhol do que Espanha. O peso mexicano equivale a um quinto do real, o que torna o país ainda mais acessível para os brasileiros que desejam praticar o idioma e desbravar um lugar um pouco mais distante do que os nossos vizinhos aqui da América do Sul. As festas (Dia de los Muertos, por exemplo), as praias, a culinária e o clima também são fatores decisivos para quem busca uma alternativa à Europa.

Agências como a CI e a Experimento oferecem algumas alternativas de pacotes de viagem, que pode variar de 2 até 24 semanas de curso. Não há exigência de nível de proficiência no idioma para fazer os cursos.

Intercâmbio universitário

De acordo com o QS University Ranking de 2019, no topo do ranking das melhores universidades mexicanas está a Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM), a sexta melhor da América Latina e com um campus central que é Patrimônio Cultural da Unesco. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente estão o Tecnológico de Monterrey e o Instituto Politécnico Nacional (IPN).

Universidade Nacional Autónoma do México  (UNAM)

Localizada na capital Cidade do México, a UNAM é uma instituição pública reconhecida internacionalmente por seu incentivo à pesquisa e inovação da universidade. Seu campus da UNAM é um patrimônio mundial da UNESCO e foi projetado por alguns dos arquitetos mais renomados do México no século XX, além de preservar murais pintados por alguns dos artistas mais reconhecidos da história mexicana, como Diego Rivera, cônjuge de Frida Kahlo, e David Alfaro Siqueiros.  A Universidade se destaca em diversas áreas do conhecimento, como robótica, ciência da computação, matemática, física, interação humana-computador, história, filosofia, entre outras. Todos os laureados mexicanos do Prêmio Nobel são ex-alunos ou professores da UNAM, entre eles o escritor Octavio Paz.

Tecnológico de Monterrey (IETSM)

O Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (ITESM) é um centro educacional tecnológico e de graduação privada fundada em 1943 na cidade de Monterrey. Foi a primeira universidade da América Latina a se conectar à internet no ano de 1989. A universidade se divide em departamentos acadêmicos em vez de faculdades. Se destaca principalmente nas áreas de economia e administração. Sua Escola Superior de Administração e Gestão de Empresas é considerada uma das melhores da América Latina, de acordo com publicações como Expansión e América Economía e o Wall Street Journal.

Instituto Politécnico Nacional (IPN ou simplesmente o Politécnico

É uma instituição pública mexicana de pesquisa e educação em níveis médio superior, graduação e pós-graduação, fundada na Cidade do México em 1936 durante o governo do presidente Lázaro Cárdenas del Río, que lutou do lado dos zapatistas durante a Revolução Mexicana (1910-1920)

Foi fundado seguindo os ideais da revolucionários na reconstrução do país, procurando oferecer educação profissional às pessoas menos favorecidas naquele tempo.

Universidades mexicanas possuem diversos convênios com universidades brasileiras e a candidatura, nestes casos, deve ser feita diretamente com a sua universidade de origem.

Tanto para intercâmbio quanto para candidatar-se a uma pós-graduação no país é preciso comprovar proficiência em espanhol por meio dos exames DELE ou SIELE, dependendo da exigência da instituição de ensino estrangeira. Leia aqui sobre as diferenças entre os dois exames.

Saiba mais aqui sobre as melhores universidades do México.

Visto de Estudante

Estudantes que desejem fazer intercâmbio no México por um período superior a seis meses no México devem obter um visto de longa permanência – que deve ser solicitado pessoalmente no consulado ou embaixada mexicana em seu país de origem. É necessário, para isso, levar a carta de aceite da escola, um extrato bancário autenticado ou certificado mostrando que eles terão pelo menos US$ 350 por mês durante a sua estadia, e um certificado de boa saúde.

O visto de estudante não permite ao aluno trabalhar. Ao chegar ao México, o estudante também deve se registrar dentro de 30 dias no Cadastro Nacional de cidadãos estrangeiros.

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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