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Cenário de Game of Thrones, Malta cresce como destino de intercâmbio

Exame.com - 11/07/2017
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Canadá, Estados Unidos e Inglaterra costumam ser os países mais lembrados por quem pensa em fazer um curso de inglês no exterior. Mas um destino relativamente desconhecido está virando moda entre brasileiros: intercâmbio de inglês em Malta.

Trata-se de um pequeno arquipélago, situado no mar Mediterrâneo, entre o sul da Itália, o leste da Tunísia e o norte da Líbia. Ao lado do maltês, o idioma oficial do país é o inglês, já que Malta foi uma colônia do Império Britânico até 1964.

Em 2004, o minúsculo país ingressou na União Europeia e alguns anos depois entrou para o espaço Schengen, um acordo de abertura de fronteiras e livre circulação no Velho Continente. Há quase 10 anos passou há ter o euro como moeda oficial.

A inclusão no bloco europeu ajudou o país a se tornar um destino mais conhecido e atraente para turistas e estudantes internacionais, explica Bruno Passarelli, fundador e CEO da agência de intercâmbios Descubra o Mundo.

Vantagens de fazer um intercâmbio de inglês em malta

“Malta começou a ser vista como uma boa alternativa porque não exige um visto específico para estadias de até 90 dias”, explica ele. “Outro grande atrativo é o baixo custo, que a torna um dos destinos mais acessíveis da Europa”.

Essa vantagem fala ainda mais alto em tempos de crise econômica no Brasil. Os cursos de inglês em Malta mais procurados na Descubra o Mundo custam entre 820 e 1200 euros, para um período de um mês, com 20 ou 30 aulas por semana, respectivamente.

O custo de manutenção também é relativamente baixo. De acordo com Passarelli, é possível ter uma estadia tranquila com uma quantia de 500 a 700 euros por mês para a manutenção das despesas básicas.

O clima mediterrâneo agrada aos brasileiros mais friorentos: os verões são quentes e os invernos são amenos. E mesmo na estação mais fria do ano é possível tomar banho de mar, diz o site oficial do país.

Passarelli também menciona a proximidade do país de outros destinos turísticos na Europa, e o apelo exuberante do arquipélago em si. “Malta tem belas praias e paisagens, que até serviram de cenário para a série ‘Game of Thrones’”, diz.

A Azure Window, uma rocha próxima ao oceano que se tornou uma das atrações turísticas mais famosas de Malta, aparece no primeiro episódio da série da HBO, durante o casamento dos personagens Daenerys Targaryen e Khal Drogo.

Em março de 2017, porém, o famoso rochedo desabou sobre o mar após uma forte tempestade.

Azure Window antes e depois

Leia também: Brasileira em Malta fala sobre os prós e contras da experiência

 

Curtiu? Então fique atento às desvantagens

Malta é um destino relativamente barato, bonito e com inglês como língua oficial — mas está longe de ser unanimidade entre os estudantes.

O arquipélago não apresenta o mesmo grau de desenvolvimento de outros países da União Europeia, e por isso conta com serviços públicos de qualidade relativamente baixa.

Passarelli menciona a ineficiência dos transportes como um problema que incomoda muitos brasileiros, amenizado apenas pelo fato de que o país tem pequenas dimensões — 316 km² de área terrestre — e por isso pode ser facilmente percorrido a pé.

Outra desvantagem é a relativa falta de opções de lazer além das praias. Mesmo as maiores cidades podem ser bastante pacatas e vazias, o que pode entediar algumas pessoas.

O extremo oposto ao tédio também pode ser fonte de incômodo em Malta. Durante o verão, as ilhas são dominadas por adolescentes em busca de festas e badalação, como na famosa Ibiza.

“Se você é mais velho ou simplesmente não curte esse tipo de programa, é melhor evitar a alta temporada”, recomenda Passarelli.

Existem até opções de cursos de inglês voltados especificamente a intercambistas com mais de 30 anos de idade, com residências distantes do agito e turmas formadas apenas por alunos mais velhos.

Outro aviso: se você busca um programa de intercâmbio que permite estudar e trabalhar ao mesmo tempo, esqueça Malta. Ao contrário de países como Irlanda e Nova Zelândia, o arquipélago não permite que estrangeiros conciliem as duas atividades.

De forma geral, há opções de cursos de inglês para todos os gostos. Há escolas de nível “premium”, mais caras, como a ESE Malta ou a EC Malta, diz Passarelli. Mas também há opções mais acessíveis, como a Clubclass, ou alternativas preferidas pela sua relação custo-benefício, como a LAL Sliema e a Sprachcaffe.

Caldeirão cultural

Ao longo de sua história, o país foi colonizado por muitos povos, como fenícios, romanos, árabes, normandos e espanhóis, além dos ingleses.

Como consequência, além da oportunidade de estudar inglês — cujo sotaque em Malta é mais “puxado” para o britânico — o intercambista que escolhe o arquipélago tem a chance de mergulhar numa espécie de caldeirão cultural. “Além de malteses nativos, há uma grande quantidade de turcos, além de italianos, alemães, franceses e suíços”, diz Passarelli.

O complexo e rico passado de Malta também é um atrativo para intercambistas que gostam de história. Vários pontos turísticos são patrimônio da UNESCO, como os templos pré-históricos da ilha de Gozo.

Para quem deseja fazer passeios entre uma aula e outra, Passarelli indica a praia de Blue Lagoon, em Comino, considerada uma das mais belas do arquipélago. A capital, Valeta, também costuma atrair visitantes graças aos seus imponentes palácios, catedrais e construções medievais.

Se você é fã de gastronomia, a comida de Malta também pode ser uma parte deliciosa do intercâmbio. “Há muitos pratos com ingredientes como coelho, abóbora e canela”, diz o CEO da Descubra o Mundo. Exemplos da culinária da região incluem o “froga tat-tarja”, uma espécie de omelete de macarrão, e a “aljotta”, uma sopa à base de peixe, tomate e alho.

Esta matéria foi originalmente publicada por Claudia Gasparini, da Exame.com

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