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O passo a passo para se candidatar a um estágio no exterior

Priscila Bellini - 28/09/2016
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Por Priscila Bellini

Há mais etapas entre a application e o estágio no exterior do que você pode supor logo de cara. Entre a decisão de realizar um intercâmbio profissional e o embarque para o país escolhido, uma preparação que pode levar meses ou até anos: é preciso se preocupar em ter domínio do idioma local e até mesmo o respaldo legal para realizar o estágio.

Para detalhar algum dos itens mais importantes da preparação, a diretora da Abipe (Associação Brasileira de Intercâmbios Profissionais e Estudantis), Paula Semer Prado, e a diretora dos intercâmbios internacionais da AIESEC, Geórgia Barbosa, compartilham algumas dicas essenciais para se dar bem.

#1 Prepare-se para o Idioma da empresa de destino

Você pode cometer um deslize aqui e ali, já que não deve ser seu idioma materno. Entretanto, é necessário ter um nível de domínio que vá, no mínimo, do intermediário ao avançado. “O ideal é, antes, focar no aprendizado do idioma, aqui ou lá fora. Quando o candidato se sentir seguro, pode aplicar para os programas de estágios”, indica Paula, que é responsável no Brasil pelo programa IAESTE (International Association for the Exchange of Students for Technical Experience).

Para que a experiência acrescente pontos ao currículo, o padrão é que o estagiário realize funções ligadas à sua formação. Ainda assim, há quem prefira complementar a formação com tarefas em outras áreas

Lembre-se: como estagiário estrangeiro, além de demonstrar bom desempenho nas tarefas desempenhadas dentro da empresa ou da universidade, é necessário ter desenvoltura para se comunicar na língua do país. Por isso, verifique qual o idioma utilizado pela empresa em que pretende estagiar, caso já tenha alguma em foco, e direcione sua preparação para o aspecto idiomático. Veja se, por exemplo, no caso de uma instituição polonesa, o idioma falado entre os funcionários e padrão nos documentos é o inglês.

Se não tiver uma empresa na mira, pense na lista de países que estão entre os seus interesses e coloque o idioma oficial como meta. Se não tiver uma região em especial de interesse, escolha inglês ou espanhol para trabalhar com mais afinco.

#2 Filtre por duração e atividade 

Há dois aspectos, também essenciais, que vão moldar a experiência do intercâmbio e devem ser pensados com antecedência. O primeiro deles é o tempo disponível para passar em outro país. Para a diretora da Abipe, o mínimo recomendável é de seis meses, para dar tempo à adaptação e permitir que o estagiário produza algo de diferente dentro da empresa. “Mas, na situação do Brasil, em que muitos estudantes já trabalham, é melhor usar o período das férias do que não fazer nada”, ressalta Paula. De modo geral, as instituições consideram como mínimo o período de seis semanas.

Definido o tempo disponível, é hora de selecionar a atividade a ser desempenhada. Para que a experiência acrescente pontos extras ao currículo, o padrão é que o estagiário realize funções ligadas à sua formação. Ainda assim, há quem prefira complementar a própria formação com tarefas em outras áreas, e use o intercâmbio para isso. “Há casos de estudantes de Direito que escolhem a área educacional no estágio, por exemplo. Se a pessoa tem uma habilidade extra e quer trabalhar com outra coisa, nada a impede. Tudo depende do background e da experiência dela”, explica Geórgia Barbosa, da AIESEC.

Para tirar a dúvida sobre qual atividade desempenhar durante o intercâmbio, o jeito é pensar a médio e longo prazo. Como esse estágio pode ajudar nos próximos passos da sua carreira? Use a questão-base para escolher o posto de trabalho com certa antecedência.

#3 Compare: ir via instituição de apoio ou conta própria?

É nessa parte que o candidato deve planejar como vai chegar às empresas e outras instituições que oferecem vagas para estrangeiros. Há múltiplos caminhos, que vão de agências especializadas à procura individual do estudante em sites de empresas específicas que o atraiam.

Em organizações como a Abipe, há um processo em que os membros da associação “filtram” as candidaturas. De 1800 inscritos, somente a parcela que passar pelo funil vai ter acesso a vagas selecionadas pela instituição. É um processo diferente do realizado na AIESEC, que dispõe de um portal gratuito disponibilizando oportunidades ao redor do mundo para diferentes perfis. O site funciona também como forma de exibir seu perfil profissional e acadêmico a outras oportunidades. “O candidato preenche um perfil, coloca o currículo dele em inglês e então fica disponível para ser visualizado pelas AIESEC do mundo. O estudante, então, vai vendo as oportunidades e aplicando para elas”, explica Geórgia Barbosa.

Agora, se o estudante tem interesse específico no programa de estágios de uma instituição específica, que pode ser as Nações Unidas ou mesmo uma multinacional de renome, o caminho pode ser mais direto. Nesses casos, é possível ficar de olho nas oportunidades da empresa e até mesmo contatar os recrutadores desses processos seletivos para tirar dúvidas.

 

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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