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Estágio na Suíça para pós-graduandos em saúde

Marcela Marcos - 08/11/2018
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O Grupo Novartis (empresa global de cuidados com a saúde, com sede na Suíça) abriu as inscrições para o programa Next Generation Scientist em parceria com a Universidade da Basileia. Trata-se de uma oportunidade de estágio, no período de três meses, destinada a jovens cientistas de países emergentes. 

Voltado para estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado em saúde, o programa oferece estágio nas seguintes áreas: oncologia, neurociências, doenças cardiovasculares, imunologia e dermatologia, respiratória e oftalmologia. As inscrições vão até 30 de novembro.

Quais os benefícios do Next Generation Scientist

Realizado desde 2011, o programa já recebeu mais de 163 cientistas de 70 instituições diferentes e vindos de 24 países (entre eles, o Brasil). Com o Next Generation Scientist, os selecionados permanecerão na Universidade da Basileia (na Suíça) de junho a agosto de 2019, e terão a mentoria de uma equipe da Novartis para trabalhar em seu projeto de pesquisa. Eles também participam de um programa de desenvolvimento de liderança.

Outros benefícios incluem a cobertura dos custos com a viagem, acomodação e até mesmo os trâmites do visto de estudante. Além disso, os cientistas também contam com seguro de saúde e um salário mensal para custear despesas básicas. 

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Como concorrer ao estágio na Suíça com a Novartis

Para participar do processo seletivo, basta preencher o formulário e enviar a documentação necessária. A lista de documentos inclui currículo, carta de recomendação (assinada por um membro da faculdade do qual o candidato é aluno), carta de motivação, pesquisa de interesse, resumo do projeto atual e histórico escolar.

 As inscrições estão disponíveis nesta página, até o próximo dia 30. Todo o processo de seleção é feito em inglês.

Após o período de inscrições, haverá uma etapa de entrevistas por telefone – feita por cientistas da Novartis Global e da Universidade da Basileia – com candidatos selecionados na primeira triagem.

Dicas de quem já participou do Next Generation Scientist

Ana Beatriz Ayroza Galvão é neurologista com especialização em neuroimunologia e foco em pesquisa clínica no Hospital das Clínicas da FMUSP. A profissional de saúde foi selecionada para a edição anterior do Next Generation Scientist e iniciou o processo seletivo em outubro de 2017. Ela passou por duas entrevistas após a etapa de envio da documentação para application. Em termos de perfil, esclarece, “o estágio é indicado para jovens idealistas com vontade de ter contato com pesquisa fora do meio acadêmico e que estejam dispostos a adquirir habilidades que possam ser reproduzidas em sua ocupação de base no Brasil”.

Já com relação à experiência de estágio na Suíça, segundo a neurologista:

“Foi enriquecedora a oportunidade de vivenciar a área de desenvolvimento de uma grande indústria farmacêutica; observar a colaboração entre diversas equipes e indivíduos com origens e formações heterogêneas, multiculturais e complementares. Ainda, foi muito enriquecedor poder participar de atividades de treinamento em habilidades como comunicação e liderança e ter tido ‘coaching’ por três meses”

Formado em Biomedicina pela Universidade Federal do Pará, com mestrado em Genética e Biologia Molecular pela mesma instituição, Iguaracy Sousa, por sua vez, aplicou para o Next Generation Scientist em outubro de 2016 e, no final de janeiro de 2017, passou pela etapa de entrevista por telefone com a responsável pelo programa e dois mentores do projeto. Segundo ele, essa entrevista, em inglês, durou 45 minutos, e o e-mail com a confirmação de aceite para o estágio veio um mês depois.
A preparação para essa etapa, diz o participante do programa da Novartis, foi treinar com amigos as possíveis perguntas e respostas, sendo que a maioria das questões que foram efetivamente feitas a ele giraram em torno do projeto de pesquisa a ser desenvolvido. A pesquisa, aliás, foi o fio condutor:
“A experiência mais válida nesse estágio foi conhecer como a pesquisa é feita fora da academia.  Na indústria ela se mantém muito focada: se o objetivo é entender um determinado mecanismo biológico de uma doença, é exatamente isso que irão fazer. Possíveis resultados que desviem muito o foco do objetivo original são mais difíceis de serem seguidos na indústria comparados com a academia, por exemplo. Além disso, a experiência desse estágio se estende além do seu projeto de pesquisa, pois recebemos treinamento para leadership, cursos de oratória, entre outros cursos. São três meses bem intensos!”

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Sobre o escritor

Marcela Marcos
Marcela Marcos
Marcela Marcos é jornalista e cursa mestrado na linha de Comunicação do programa de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC. Foi colaboradora do portal Estudar Fora em 2018.

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