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Enem é porta de entrada para três universidades em Portugal

Lecticia Maggi - 16/07/2015
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Aqui no Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já é conhecido dos estudantes como obrigatório para garantir o acesso às universidades federais e em centenas de instituições privadas, por meio dos programas Sisu e ProUni. O que nem todo mundo sabe é que, por uma nova lei, também é possível estudar em Portugal com Enem.

A aceitação do Enem como método de seleção para instituições de ensino superior portuguesas começou em 2014, com a Universidade de Coimbra, que logo foi seguida pelas universidades do Algarve e da Beira Interior. “A decisão de usar as notas do Enem aconteceu em razão da qualidade do exame, que já está bem estabelecido no Brasil”, afirmou Joaquim Ramos de Carvalho, vice-reitor da Universidade de Coimbra, por meio de sua assessoria de imprensa.

Ainda segundo Carvalho, há um limite de vagas por ano para estrangeiros, que varia de 60 a 80. “Os brasileiros têm se mostrando muito interessados e a procura aumentou este ano. Os primeiros ingressantes chegaram há pouco menos de um ano e já estão muito bem integrados à rotina universitária”, disse.

Utilizando o Enem, os estudantes brasileiros são dispensados dos exames nacionais portugueses. Entretanto, as notas mínimas exigidas são altas. Para o curso de Direito, por exemplo, é necessária uma pontuação média no Enem de cerca de 600 pontos na prova objetiva e de 800 pontos na prova de redação (que vai até 1.000). É importante frisar que a nota mínima varia de acordo com o curso escolhido.

Como o idioma é o mesmo, os brasileiros são dispensados de exames de certificação na língua. Vale lembrar, porém, que o sotaque dos portugueses pode ser bastante desafiador, por isso é necessário um pouco de paciência no início para garantir o acompanhamento das aulas.

Custos – Outro aspecto que é imprescindível considerar para fazer o ensino superior em Portugal é o valor do curso: mesmo as universidades públicas cobram mensalidade. A diferença é que o pagamento é feito por meio de uma taxa anual, que é de 1.037 euros no caso da Universidade da Beira Interior e pode chegar a até 7.000 euros para a Universidade de Coimbra. Esta cobra ainda 30 euros para a inscrição no processo seletivo. Nas outras duas, a inscrição é gratuita. Segundo o regulamento das universidades, o valor da taxa anual pode ser parcelado e os estudantes também podem buscar financiamento.

Além da mensalidade, é preciso considerar que o país faz parte da Zona do Euro, que atualmente tem uma cotação de 1 para 3,15 reais. Assim, gastos com alimentação, moradia e lazer devem sempre ser multiplicados na hora do planejamento para evitar surpresas. Portugal não permite que estrangeiros trabalhem legalmente no país, mas no caso de universitários é possível encontrar estágios de meio período vinculados aos cursos.

No caso da hospedagem, é possível morar nas habitações universitárias. Contudo, o conforto de estar próximo do campus, ou até dentro dele pode custar mais caro do que a vida em uma casa de família ou apartamento dividido com outros estudantes.

Candidaturas – O calendário escolar das universidades de Portugal segue a mesma estrutura dos demais países europeus, com o ano letivo começando em agosto. Assim, para aqueles que desejam estudar em Portugal com Enem é necessário fazer a candidatura com seis meses de antecedência. Para o próximo ano, a seleção deve ser aberta em janeiro de 2016 e será considerada a nota no Enem 2015, que será aplicado nos dias 24 e 25 de outubro.

 

Ficou interessado? Acesse o site das universidades: Universidade de Coimbra, Universidade da Beira Interior, Universidade do Algarve

*Foto: Universidade de Coimbra/ crédito: divulgação
Texto: Bárbara Helena

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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