InícioIntercâmbio"É possível estudar fora em tempos de crise", diz especialista. Saiba como!

“É possível estudar fora em tempos de crise”, diz especialista. Saiba como!

Lecticia Maggi - 06/01/2016
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Por Ana Pinho

Cada nova notícia sobre a crise econômica no Brasil e a alta do dólar é um golpe para quem sonha em estudar no exterior. E com razão. Em um cenário de instabilidade e desvalorização do real, é preciso cautela e muito planejamento. Mas isso não significa que o seu sonho tenha necessariamente que ser adiado.

O mercado de trabalho responde bem à experiência internacional e especialmente ao domínio línguas

O primeiro passo para estudar fora em tempos de crise, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, é colocar tudo no papel: dos objetivos com a viagem aos gastos para se viver no exterior. “Para poder enxergar todos os valores e logísticas envolvidos, é preciso fazer um diagnóstico que começa com saber o que se quer”, afirma ele, que é autor do livro Terapia Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Além de explorar todas as opções de destino, da Asia a países europeus menos cobiçados, Reinaldo diz que é primordial definir o motivo da viagem. É um hobby ou uma necessidade profissional? O que eu vou efetivamente fazer no exterior? O que eu pretendo como resultado? Reflita e anote tudo.

Se o seu objetivo é o desenvolvimento profissional, pense também onde buscará oportunidades na volta. “É possível até buscar emprego enquanto estiver lá, já que hoje permite-se participar de seleções pela internet e coisas do tipo”, lembra.

Depois, é hora de preencher a planilha com informações práticas: custos de vida e do curso, preços de passagens, seguro-saúde, tipo de moradia… Além de vasculhar online, Reinaldo indica procurar alguém que esteja no país de interesse e obter informações direto dessa pessoa em relação ao custo de vida e à cultura local. Também vale uma visita a agências de intercâmbio. “Não é necessário fechar com elas, mas elas te fornecerão muitas informações sobre valores”, diz.

Estar de volta com alguma estabilidade é um desafio, já que algumas pessoas gastam tudo que tem

Ao valor final, adicione outros 50% como margem de segurança, caso ocorra algo não planejado. Se essa quantia não for utilizada, ela te ajuda no retorno, um outro ponto importante e frequentemente deixado para depois. “Estar de volta com alguma estabilidade é um desafio, já que algumas pessoas gastam tudo que tem”, adverte ele.

Com o número ideal em mãos, vem a parte difícil. Feche a carteira, reduza os gastos ao mínimo e aprenda a viver com a adversidade de gastar (muito) menos até atingir a quantia necessária.

O investimento pode parecer lento e por vezes sofrido, mas Reinaldo – que buscou ele mesmo, aos 50 anos, seu mestrado nos EUA – garante que vale a pena.

“Independente do preço da moeda, o mercado de trabalho responde bem à experiência internacional e especialmente ao domínio línguas”, diz. “E não há preço caro pelo conhecimento: só o que tem é investimento mal feito.”

Melhores cidades para estudantes

consultoria britânica QS divulgou a lista 2016 das melhores cidades para estudantes. Os dados levam em conta cinco categorias: ranking universitário, desejabilidade, diversidade estudantil, empregabilidade e custo de vida.

A vencedora? Paris, com 18 universidades bem ranqueadas, 18% de população estudantil estrangeira e anuidade média para cursos de graduação de US$ 2. 300. Melbourne e Tóquio completam o pódio. Confira a lista completa aqui

Quer se aprofundar no assunto sobre como se planejar para estudar fora? 
Não deixe de ler:
6 passos para tirar do papel o sonho de estudar fora em 2016
Guia de planejamento financeiro para a sua pós-graduação no exterior
Alta do dólar assusta, mas não abala busca por intercâmbio

*Na foto, cidade de Nova York 

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Seis países em que é possível estudar de graça – ou quase

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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