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Bolsista dá dicas sobre a candidatura para as bolsas Chevening, do Reino Unido

Lecticia Maggi - 04/08/2016
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Por Jéssica Ribeiro

Para a mestranda Olga Correia, que atualmente estuda Gestão do Esporte na Loughborough University, interior do Reino Unido, pensar em uma bolsa de intercâmbio acadêmico sempre pareceu um sonho distante. Em 2014, ela estava terminando o mestrado na UNB (Universidade de Brasília), quando um amigo comentou a respeito da bolsa Chevening. Para a sua surpresa, esporte era uma das prioridades. “Mas eu pensei – essas coisas nunca são pra minha área. Sou formada em Educação Física!”, relembra.

Mesmo assim, Olga leu detalhadamente as etapas do processo seletivo – dividido em duas partes: entrega de documentação e entrevista presencial. Decidiu tentar. Primeiramente, ela viu que era preciso comprovar a proficiência em inglês e começou a estudar imediatamente, para ganhar tempo. Com os resultados do IELTS em mãos, ela reuniu os outros comprovantes necessários, como de experiência profissional (que pode ser estágio) e histórico acadêmico.

“É um processo longo e burocrático. Durou quase um ano, mas de fato é a melhor coisa que eu fiz na vida”

Para finalizar a candidatura, foi necessário responder a perguntas específicas: sobre suas perspectivas profissionais, planos para o futuro e, principalmente, o que o ela pretendia fazer com a bolsa Chevening. A candidatura às universidades, porém, é feita separadamente: “O candidato tem que ser aceito em 3 universidades do Reino Unido, no mínimo, e obter a nota necessária em inglês em cada uma, além da pontuação pedida pelo processo da Bolsa Chevening”, explica.

Parte 2: A Entrevista

Aprovada na primeira etapa do processo seletivo, Olga se preparou para a entrevista –o momento em que o comitê de seleção faz perguntas detalhadas para o candidato, como, por exemplo, o motivo da escolha das universidades.

Para esta etapa, pesquisar foi fundamental. A princípio, sua decisão levava em conta principalmente a cidade em que queria morar, Londres. Consultando um ranking, porém, ela conheceu a Loughborough University, que oferecia exatamente o que ela procurava: “Para quem estudava gestão do esporte e queria ver como as coisas aconteciam no Reino Unido, não havia melhor opção. O campus da minha universidade é algo que eu nunca vi na vida em termos de estrutura esportiva”, conta.

“É um processo longo e burocrático. Durou quase um ano, mas de fato é a melhor coisa que eu fiz na vida”, conta a mestranda, que agora se prepara para vir para as Olimpíadas no Brasil como voluntária em eventos que acontecerão na British House. Nestes eventos, serão discutidos assuntos relacionados a Olimpismo e a parcerias entre o Brasil e o Reino Unido – o que também será positivo para a sua dissertação de mestrado: “Vou a esses eventos como Chevening Scholar, mas também irei trabalhar na minha dissertação enquanto estiver lá, pois estou estudando os impactos de sediar os Jogos Olímpicos para a imagem da cidade do Rio de Janeiro”, explica Olga, cheia de motivos para expressar o quanto o mestrado está sendo benéfico em sua carreira.

Como é estudar Gestão do Esporte no Reino Unido

cheveningA brasileira conta que a vontade de continuar estudando Gestão do Esporte começou por conta da necessidade de ter experiências mais práticas, já que o seu primeiro mestrado era mais focado em pesquisa acadêmica. “Eu queria ter a perspectiva de um país que tem mais experiência na área, então eu sabia que no Reino Unido eu veria muita coisa diferente. E eu já vim com a minha bagagem, de ter trabalhado e estudado Esporte. Hoje eu tenho uma visão mais geral da minha área, tanto do Brasil quanto do Reino Unido, que é um pais onde conseguem fazer o esporte funcionar de uma maneira muito eficiente”, diz.

A brasileira explica que a área esportiva no Reino Unido, por ter mais tradição, tem um mercado solidificado – o que atrai, inclusive, muitos brasileiros que querem se especializar em diversas áreas com foco esportivo, como jornalismo, organização de eventos, dentre outros.

Sobre sua experiência acadêmica, ela diz que o curso se equipara a uma pós-graduação no Brasil, já que há uma grade fechada, com matérias durante todo o dia. “A gente estuda marketing, finanças, economia, teoria e prática dentro do mercado”, explica.

Além de toda a experiência na universidade, Olga destaca o impacto do intercâmbio em seu futuro profissional e em seu crescimento pessoal. “A bolsa Chevening tem sido fundamental por uma questão de experiência de vida.  Eu vou levar comigo a seriedade que encaram o esporte aqui, tanto como indústria quanto como mercado”, conta.

 

Sobre a Bolsa Chevening

As Bolsas Chevening são concedidas desde 1983 pelo governo britânico a estudantes de mais de 160 países, dentre eles o Brasil. O bolsista recebe passagens de ida e volta, apoio financeiro para a estadia no Reino Unido e custeio do curso escolhido.

Os candidatos brasileiros podem se aplicar para qualquer campo de estudo (humanas, exatas e biológicas), mas as áreas prioritárias são decididas pelo programa. As bolsas são oferecidas para cursos de pós-graduação, mestrado ou MBA, com duração de um ano. Atualmente, esporte se destaca por aparecer em três opções: Gestão de eventos, Saúde e Desenvolvimento Desportivo – Gestão. As inscrições para 2017 serão abertas no dia 8 de agosto.

 

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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