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8 dicas para fechar um intercâmbio sem cair em ciladas

Gustavo Sumares - 23/01/2019
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Em dezembro de 2017, o advogado Antonio Carlos Donini embarcou para um curso de inglês em intercâmbio de quatro semanas na Cidade do Cabo, na África do Sul. Seu objetivo era aproveitar o curso para sair de um nível mais básico de inglês para algo intermediário. Mas não foi bem isso o que aconteceu.

Embora Donini tivesse recebido um livro de nível básico para estudar antes do curso, ao chegar lá ele foi colocado em uma turma avançada. Como resultado, não conseguiu acompanhar as aulas e teve pouco aproveitamento. “Eu não tinha a mínima condição de acompanhamento do curso”, lembra.

Além disso, o fato de que não conseguia se comunicar com os outros alunos (que eram de outras nacionalidades) também fez com que ele se sentisse mal. “Eu saía da aula e ia para casa e ficava dormindo, com vergonha”, conta. No fim, Donini não conseguiu aproveitar quase nada do programa pelo qual pagou. Por isso, ao voltar, ele processou a escola, pedindo indenização por danos morais e ganhou.

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Mesmo assim, o ideal é que ninguém precise passar pela situação desagradável na qual o advogado se viu. Por isso, conversamos com ele e com Rosana Daniele Marques, gerente de gestão de pessoas da Crowe, para juntar algumas dicas para fechar um intercâmbio sem ter grandes problemas. Confira:

1. Estabeleça um objetivo claro

Segundo Rosana, “antes de definir um intercâmbio, a gente precisa pensar no que a gente quer. É estudar? Fazer turismo? Conhecer uma nova cultura?”. Além disso, é preciso pensar em quanto está disposto a gastar e quanto tempo pretende ficar fora. Com tudo isso decidido, a pessoa então pode começar a buscar entre os programas oferecidos aqueles que atendem melhor ao que ela espera.

2. Converse com quem já foi

Donini conta que não fez muita pesquisa antes de fechar seu programa de intercâmbio. Mas, ao voltar, descobriu pela internet que muitas outras pessoas já tinham passado por experiências negativas como a sua. “Se eu tivesse perguntado para pessoas que frequentaram, talvez eu evitasse isso”, comenta. Rosana também concorda que esse tipo de conversa é importante. “Não fique só preso a informações em sites e blogs, vale a pena buscar um contato por Skype ou telefone [com quem já participou daquele programa]”, comenta.

3. Defina bem o seu orçamento

Além de estabelecer quanto pretende gastar no programa de intercâmbio, o aluno também precisa pensar no dinheiro que vai gastar lá. “O intercâmbio muitas vezes é a realização de um sonho, e por isso envolve questões emocionais. Mas a gente precisa tirar um pouco da emoção e levar para a razão” na hora de definir o orçamento, diz Rosana. É preciso pensar nos gastos como um todo, desde a passagem, hospedagem, seguro saúde e compras. “É importante deixar sempre uma reserva para emergências e lembrar que existe vida após o intercâmbio também”, complementa.

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4. Preço alto não é sinônimo de qualidade

Conforme Donini lembra, o preço que ele pagou pelo programa de intercâmbio no qual teve uma péssima experiência não foi barato. “Estava na média, ou até acima, dos programas de duração e destino semelhantes”, comenta. A lição que fica disso é a seguinte: não é só porque um pacote é caro que ele vai lhe atender bem. O preço do intercâmbio precisa ser definido conforme as exigências e recursos de cada aluno, mas pensar que um programa é melhor que outro só porque ele é mais caro pode gerar problemas.

5. Analise o perfil da escola

Conforme Rosana lembra, diferentes agências de intercâmbio e escolas de inglês atendem a pessoas de diferentes perfis. Por isso, é importante entender o perfil do pacote que você está pensando em contratar para ver se ele é mesmo o que você espera. Ela recomenda olhar para pontos como “a nacionalidade das pessoas que vão, porque se só forem brasileiros você pode acabar falando muito português, e a faixa etária, para ver se você se identifica com aquele grupo”.

6. Atente para o número de alunos por viagem ou sala

Outro ponto que Rosana considera importante na hora de avaliar um intercâmbio é o número de alunos por sala ou por viagem. Afinal, se forem muitos alunos por sala, o aprendizado pode ficar comprometido. Na experiência de Donini, “para aprender inglês, você também precisa da parte de speaking, e se tiver muita gente na sala, o professor não consegue ouvir direito cada aluno”.

7. Pergunte sobre métodos de aferição de aprendizado

Quando Donini voltou ao Brasil, ele não realizou nenhuma prova para ver se tinha de fato melhorado seu inglês. Na visão dele, “qualquer escola séria precisa ter um método de aferição de aprendizado”. Rosana concorda que esse é um ponto que deve ser levantado com a escola na hora de fechar o pacote. “Tem prova de nível? Antes e depois? Se isso não estiver no contrato, você deve se colocar e dizer que quer voltar com um nivelamento”. Isso porque sem esse tipo de aferição, a escola não tem como comprovar que os alunos de fato avançaram nas suas habilidades graças ao intercâmbio.

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8. Preste atenção no certificado

Alguns programas de intercâmbio oferecem certificados para os alunos. Mas nem todos os certificados são iguais, e é importante que o aluno preste atenção nesse ponto. “Um certificado de participação indica meramente que o aluno participou do programa, e não diz nada sobre o aproveitamento dele”, ressalta Rosana. Embora esse certificado até possa ser útil para horas de atividades complementares da faculdade, ele pode não ser de tanta valia para o mercado de trabalho, ou para confirmar fluência em língua inglesa.

 

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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