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UNESCO alerta que o mundo enfrenta “graves riscos” para a educação global

Mariane Roccelo - 25/11/2021
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Um relatório publicado em novembro pela UNESCO (United Nations for Educational, Scientific and Cultural Organization) apontou uma série de desafios que os países enfrentam para garantir a educação universal. “Nós devemos reinventar a educação urgentemente para ajudar a enfrentar os desafios comuns”, alerta o relatório “Reimaginando nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação” (disponível em inglês e francês através deste link).

De acordo com a publicação, os esforços atuais para promover o acesso à educação não estão conseguindo cumprir o objetivo de “moldar um futuro pacífico, justo e sustentável”. Entre os principais problemas enfrentados, estão a desigualdade social, um “desgaste” da sociedade civil e retrocesso da democracia em diversas regiões, além das mudanças climáticas, perda da biodiversidade e automação tecnológica disruptiva.

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O relatório aponta o papel fundamental que as novas tecnologias podem exercer no combate aos problemas encontrados. Entretanto, a UNESCO afirma que hoje as importantes mudanças tecnológicas capazes de gerar impacto positivo “não são direcionadas adequadamente para a equidade, inclusão e participação democrática”.

A pesquisa foi publicada em um momento importante para a educação global. Muitos países enfrentam as consequências de quase dois anos de escolas e universidades trabalhando remotamente. Em março de 2021, um ano após o início da pandemia de COVID-19, a UNESCO identificou que mais de um milhão de crianças ficarão abaixo do nível mínimo de proficiência em leitura.

Sobre o relatório

O relatório consultou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo e foi realizado ao longo de dois anos pela UNESCO. O objetivo da iniciativa é dar início a um debate e movimento global de reconfiguração das iniciativas que promovem a educação universal.

A pesquisa se estruturou a partir de 3 perguntas principais:

  • O que deveria continuar?
  • O que deveria ser abandonado?
  • O que é necessário ser reinventado de forma criativa?

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O que fazer?

De acordo com o relatório, esse momento de crise demanda a realização de um novo contrato entre as nações com foco na expansão dos princípios que sustentem os direitos humanos, como equidade, cooperação e solidariedade. As iniciativas devem ter o objetivo de assegurar o direito à educação de qualidade ao longo da vida e promovê-la como um bem público comum.

“As formas como atualmente organizamos a educação em todo o mundo não são suficientes para garantir sociedades justas e pacíficas, um planeta saudável e um progresso compartilhado que beneficie a todos”, afirma o relatório. Essa má gestão da educação é, também, um dos motivos para diversos problemas enfrentados e ” algumas das nossas dificuldades decorrem da forma como educamos”.

Propostas para contornar o problema

Entre as possíveis soluções destacadas no relatório, está uma mudança pedagógica e o formato das dinâmicas dentro de sala de aula. A prática de ensino precisa passar de um foco em aulas “centradas na realização individual” para uma educação que “enfatiza a cooperação, colaboração e solidariedade”.

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Além disso, os currículos das disciplinas devem incluir aprendizagem ecológica, intercultural e interdisciplinar. De acordo com a UNESCO, as escolas devem ser vistas como “instituições globais necessárias que precisam ser protegidas”, e enfatiza que os países devem deixar de impor “modelos universais” de aulas para “reimaginar as escolas” em todos os sentidos, “nas arquiteturas, espaços, horários, currículos e grupos de alunos, de diversas maneiras”.

Esse texto foi baseado na publicação oficial da UNESCO em inglês que pode ser acessada através do link (disponível aqui).

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Sobre o escritor

Mariane Roccelo
Mariane Roccelo
Jornalista. Formada em Jornalismo e Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM), ambos da USP.

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