Ranking de impacto social coloca USP entre as 20 melhores universidades do mundo
A organização Times Higher Education divulgou ontem o resultado de seu Times Higher Education University Impact Rankings, um de seus rankings globais de universidades. Diferentemente de outras avaliações desse tipo, que levam em conta apenas produção científica e mérito acadêmico, esse é um ranking de impacto social das universidades, que busca levar em consideração o impacto que cada universidade tem de fato na sociedade.
A segunda edição deste ranking avalia universidades de acordo com suas contribuições para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Os objetivos são temas como igualdade de gênero, redução de desigualdades e ações contra mudanças climáticas. Uma descrição mais extensa da metodologia pode ser vista neste link.
Na prática, isso se traduz em olhar para aspectos das universidades como: a parcela de mulheres ocupando cargos de liderança na universidade e a liberdade acadêmica dos pesquisadores. Instituições nas quais boa parte dos alunos são os primeiros de suas famílias a cursar o ensino superior também ganham pontos.
Nesta segunda edição do ranking, a organização também divulgou um mapa de impacto universitário. O mapa mostra os países com mais universidades listadas no ranking de impacto — e, nesse quesito, o Brasil ficou à frente dos Estados Unidos.
Quem se sai melhor no ranking de impacto social?
De acordo com a avaliação do Times Higher Education (THE), a Universidade de Auckland na Nova Zelândia é a melhor universidade do mundo pelo segundo ano consecutivo. Em avaliações mais tradicionais, ela costuma aparecer bem mais para trás na lista: na lista de melhores universidades do mundo da THE, por exemplo, ela fica em 175º lugar. No ranking da QS, por sua vez, ela aparece na 83ª posição.
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Isso se repete ao longo de todo o top 10 do novo ranking. A segunda colocada, por exemplo, a Universidade de Sydney, na Austrália, ficou em 60ª posição no ranking mais tradicional da THE. Por sua vez, a Western Sydney University, também na Austrália, ficou no terceiro lugar do ranking de impacto, e sequer aparece entre as 250 melhores do ranking tradicional.
O sucesso da Universidade de Auckland se deve à sua pontuação em critérios como “Parcerias para os objetivos” (que avalia a proatividade das universidades em travar parcerias globais para o desenvolvimento sustentável) e “Vida subaquática” (que afere as pesquisas, iniciativas e práticas da universidade com relação à preservação de ecossistemas marinhos).
E o Brasil?
Universidades brasileiras também se saíram melhor nesse ranking do que nas classificações mais tradicionais. 30 instituições brasileiras foram listadas no ranking, sendo que seis delas ficaram entre as 200 melhores do mundo. Em comparação, no ranking mais tradicional da THE, a única universidade brasileira que aparece entre as 300 melhores do mundo é a USP (Universidade de São Paulo).
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No ranking de impacto, no entanto, a USP ocupa a 14ª posição, empatada com a Trinity College Dublin (a melhor universidade da Irlanda) e à frente de escolas como a University of Toronto e University of Hong Kong.
A universidade se destacou por sua contribuição ao objetivo 1 da ONU (“Fim à pobreza”) por suas pesquisas relacionadas ao tema e ações institucionais e comunitárias de combate à miséria. Outro ponto em que a instituição se saiu bem foi com relação à meta 15 (“Vida terrestre”), graças às suas pesquisas, iniciativas e práticas relacionadas à preservação de ecossistemas terrestres.
Outros destaques
Além da USP, outra universidade que se saiu muito bem foi a UEL (Universidade Estadual de Londrina). Ela ficou em 91º lugar no ranking de impacto, empatada com a Universidade de Barcelona e à frente da Tohoku University, uma das melhores do Japão. No ranking tradicional de universidades, a UEL não fica nas primeiras 1000 posições.
Outras instituições brasileiras que ficam entre as 200 melhores do mundo no ranking de impacto social são a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Em número de universidades listadas o Brasil foi um dos melhores países do ranking. No total, 30 universidades brasileiras aparecem na lista — mais do que Estados Unidos (23 universidades), Canadá (19), Austrália (21) e China (9). Os países com mais universidades na lista são Japão (com 63 universidades), Rússia (com 47), Turquia (37) e Reino Unido (34).