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Mandela Day: conheça as universidades em que Nelson Mandela estudou

Gustavo Sumares - 18/07/2019
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No dia 18 de julho de 1918, nasceu Nelson Rolihlahla Mandela. O dia até hoje é celebrado como Mandela Day, para honrar a memória do grande líder da África negra.

Ao longo de sua vida, Mandela militou em favor da população negra da África do Sul, que vivia sob o regime do apartheid. O apartheid era um conjunto de leis que determinava a segregação racial dos negros do país, colocando-os em condições de inferioridade legal em relação aos brancos. Por sua luta contra esse regime, Mandela ficou 27 anos preso; depois de solto, foi agraciado com o prêmio Nobel da Paz em 1993 e, em 1994, tornou-se presidente da África do Sul. Ele faleceu em dezembro de 2013, mas o Mandela Day é celebrado até hoje em sua memória.

A educação foi uma das principais bandeiras de Mandela durante sua presidência. E, de fato, a sua capacidade de atuar em favor do povo negro da África do Sul deriva, em boa parte, da educação à qual ele teve acesso. Para marcar o Mandela Day, falamos a seguir sobre a trajetória acadêmica de Nelson Mandela. Confira:

1939-1940: University of Fort Hare

O primeiro contato de Mandela com o ensino superior foi em 1939. Nesse ano, ele começou a estudar na University of Fort Hare, a primeira universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros. Fundada em 1916 e com cerca de 150 estudantes por ano, acabou tornando-se a escola da elite negra do país.

Durante seu tempo lá, Mandela estudou para ter o título de Bachelor of the Arts (BA). Trata-se de uma formação generalista na área de ciências humanas e sociais que ainda é oferecida em países como Estados Unidos e Reino Unido. Como parte dela, ele estudou disciplinas como inglês, ciência política, administração, antropologia e direito.

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Foi também uma de suas primeiras atuações políticas. Em 1940, Mandela participou de um protesto na universidade contra a baixa qualidade da comida oferecida aos estudantes. Sua participação lhe rendeu uma suspensão, e ele não voltaria para concluir o curso.

1941-1943: University of South Africa

Em 1941, Mandela fugiu para Joanesburgo para fugir de um casamento arranjado por sua família. Lá, com a ajuda de um amigo, começou a trabalhar como assistente em um escritório de advocacia.

Com o dinheiro que ganhava nesse trabalho, pode sobreviver morando em uma região periférica de Joanesburgo. E, de noite, ele começou a realizar o curso de Bachelor of the Arts da University of South Africa por correspondência. Nesse período, ele teve contato com pessoas ligadas ao movimento do Congresso Nacional Africano (ANC) e ao Partido Comunista da África do Sul.

Ele concluiria o curso em 1943. Sua experiência com os estudos, bem como seu emprego, lhe inspiraram a estudar Direito, que seria o próximo passo em sua trajetória acadêmica e política.

1943: University of the Witwatersrand

Com o propósito cursar Direito, Mandela ingressou na University of the Witwatersrand. Por lá, ele encontrou um ambiente racista, pois era o único negro na universidade. Essa situação foi um dos fatores que fizeram com que ele fortalecesse sua atuação política.

Junto com seu amigo Oliver Tambo, ele fundou o primeiro escritório de advocacia negro do país. Essa experiência fez com que ele visse como a lei favorecia os brancos no país. Também fez com que ele percebesse que a lei só eram parcialmente aplicadas para os brancos, mas valiam sempre para os negros.

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Ele se juntou à ANC e, em 1944 fundou a liga jovem do movimento. Nas eleições de 1948 na África do Sul, na qual apenas brancos podiam votar, o partido vencedor começou a instituir o apartheid. E conforme a situação da população negra piorava, a popularidade de Mandela crescia. Ele militou nas linhas de frente contra o apartheid desde sua instituição até ser preso em 1963.

Embora tenha perdido a batalha ao ser preso, ele venceria a guerra. Solto em 1990 e eleito presidente em 1994, Mandela decretou o fim do regime segregacionista como uma das primeiras medidas após sua eleição. Durante sua presidência, ele se esforçou para promover a reconciliação dos povos da África do Sul e reduzir a desigualdade social do país.

Ao longo de sua vida, ele ainda receberia o título de doutor honoris causa de universidades brasileiras, como a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade de São Paulo (USP). E também da Harvard University, nos Estados Unidos. É graças às suas imensas contribuições na construção de sociedades mais justas e igualitárias que o Mandela Day é celebrado ainda hoje.

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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