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Formando lideranças brasileiras… do outro lado do mundo

Redação do Estudar Fora - 14/04/2016
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“Eu ia me formar com 21 anos! Resolvi apertar o freio e ir morar fora. Não adianta me formar só por me formar”. É assim que Bianca Barroso começa a contar sobre o período que passou na Austrália, estudando na Universidade de Sidney

Bianca fazia Engenharia de Produção no Senai Cetiqt, no Rio de Janeiro, quando recebeu uma bolsa do programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. “Optei pela Austrália porque o clima seria mais parecido com o do Rio”, relembra ela.

Assim, em junho saiu do estágio que fazia e programou sua viagem para novembro. No meio tempo, não ficou parada: procurou outras atividades no Brasil que preenchessem seu tempo e complementassem sua formação.

Foi assim que ela conheceu o LabX, programa de formação de lideranças da Fundação Estudar. Como não havia edição prevista para o Rio de Janeiro antes da data da sua viagem, ela foi até Vitória para participar.  Apaixonada pela experiência, resolveu participar também do Laboratório, versão mais aprofundada do programa. Conseguiu se inscrever para a edição de São Paulo, que aconteceu um fim de semana antes do seu embarque para a Austrália. “Fiquei muito envolvida com o programa e com o projeto que desenvolvi a partir dele, e queria continuar conectada com esta rede. Mas como poderia fazer isto do outro lado do mundo?”.

O que ela poderia oferecer era, justamente, estar do outro lado do mundo. Assim, Bianca se candidatou para ser uma multiplicadora do LabX em Sidney. A Fundação Estudar aprovou e a colocou em contato com um mentor na Coréia, que poderia lhe ajudar com o processo.

O LabX é sempre conduzido por, no mínimo, duas pessoas que, como pré-requisito, precisam ter participado do Laboratório. “Onde eu encontraria alguém na Austrália que já tivesse feito? Era muito improvável, então eu teria que conduzir sozinha”, relembra. “Foi uma loucura”, completa.

Foi só quando ela começou efetivamente a divulgar o Laboratório que outro estudante brasileiro, que também estava morando na Austrália, entrou em contato: “Ele já tinha participado do programa em São Paulo e topou na hora. Nós nos demos super bem”.

Superado este desafio, Bianca se deu conta de que, na Austrália, teria que começar do zero o contato com todos os fornecedores. “Se eu fosse fazer no Rio, saberia exatamente onde ir para conseguir local, coffee, palestrantes… Em Sidney, não sabia nada disso”, ri, ao se lembrar. Pediu ajuda à equipe da LAE – agência de educação internacional que promove a educação australiana no Brasil. “Eles compraram a ideia e não só nos ajudaram com isso como viabilizaram tudo: fizeram divulgação para a rede de brasileiros na Austrália, conseguiram uma pessoa na Universidade de Sidney para nos ajudar e encontraram palestrantes”.

Estudar na Austrália
Bianca multiplicando o LabX em Sidney, em junho de 2015

Foi assim que, em junho de 2015, Bianca conseguiu reunir 30 brasileiros em Sidney para um programa de dois dias de duração. Mais que isso: um dos seus professores, que fazia parte da Academia de Liderança da Universidade de Sidney, foi assistir à apresentação do convidado especial e adorou a estrutura do programa: “Muitas das coisas ele adotou para aplicar na Academia. Nós fizemos um material adaptado para eles, e este ano iam começar a conduzir um programa similar para os estudantes australianos”.

“Tivemos gente vindo de diversos estados da Austrália – inclusive de Melbourne, que fica a quase 900 quilômetros de Sidney. Mais que isso: tivemos pessoas de todos as partes do Brasil, todo tipo de sotaque”, relembra Bianca.

“A gente vai fazendo coisas e não entende muito bem, mas depois elas se conectam. Hoje, os contatos que fiz naquele Lab me abriram muitas portas – a palestrante que participou hoje é minha mentora e fiz amigos que levarei para sempre”, relembra.

Além do legado que deixou para a Universidade de Sidney e para estes brasileiros que, pelos mais diversos motivos, estavam morando na Austrália, Bianca também pôde, com a experiência, se desafiar a superar um ponto fraco: ela não gosta de falar em público. “Foi perfeito poder desenvolver esta habilidade com um tema e uma organização de que gosto”, afirma.

Depois de voltar ao Brasil, Bianca se tornou mentora de outros multiplicadores do LabX – em 2015, foram realizadas mais duas edições, outra em Sidney e uma em Melbourne, e mais duas estão previstas para junho de 2016. O legado de uma ousadia que, ainda hoje, reúne talentos brasileiros para integrar-se e inspirar-se do outro lado do mundo.

 

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