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Do interior de Minas Gerais ao reconhecimento internacional

Marcio Orsolini - 10/01/2014
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Quando a mineira Letícia Cabral Sátiro Luiz ainda morava na pequena Oliveira, cidade de pouco mais de 39 mil habitantes, nem imaginava que poderia receber o prêmio de estudante internacional do governo do estado de New South Wales, na Austrália.

Aluna do curso de engenharia mecânica da Universidade de Sydney, sua vontade de buscar uma educação de qualidade vem de muito cedo. Letícia se mudou para Viçosa, a 300 quilômetros de sua cidade natal, para enfrentar seu primeiro desafio: o rigoroso teste para cursar o Ensino Médio no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, o Coluni, que vem sendo classificado pelo Enem como um dos melhores colégios públicos do Brasil. “Estudar lá foio primeiro grande sonho que tive na minha vida”, conta Letícia.

Durante a época do Coluni, ela participou de olímpiadas de matemática, física e astronomia. Em 2009, por exemplo, venceu a competição brasileira de astronomia. Participou também de atividades de geografia e redação, além de ter sido representante de sala nos três anos do Ensino Médio.

Como o colégio está ligado à Universidade de Viçosa, Letícia conseguiu ampliar suas atividades extracurriculares como iniciação científica e cursos de biologia, além de dar tutorias de física para outros alunos. Ao final dos três anos, uma nova mudança: Letícia foi aprovada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Foi na universidade onde conheceu o programa Ciência sem Fronteiras. No edital do programa se inscreveu nas únicas opções de país de língua inglesa – Canadá e Austrália. Mas as universidades australianas estão muito bem classificadas. A de Sydney, onde ela estuda, está na 72ª do ranking mundial da Times Higher Education.

O processo de inscrição não foi fácil. “A incerteza era a principal dificuldade”, diz. “Tive que tirar visto, comprar passagem de avião, arrumar moradia, sem o resultado oficial do CNPq.” Letícia havia conseguido outra bolsa para financiar seus estudos, mas a recusou para poder participar do processo do Ciência sem Fronteiras.

Sem nunca ter viajado de avião nem ter passaporte, ela organizou tudo sozinha. E deu certo. Mas antes, uma nova dificuldade: a língua. Letícia foi aprovada no TOEFL com 76 pontos, a nota mínima pedida pela Universidade de Sydney. Por isso, quando chegou a Austrália em julho de 2012, passou 25 semanas estudando inglês antes do começar o curso.

Na universidade, Letícia iniciou seus estudos no Centre for English Teaching (CET), onde se iniciou sua trajetória rumo ao prêmio. Seu professor a convidou para integrar o Student Forum, um grupo de estudantes do centro encarregado da organização de um evento para a cerimônia de graduação no final do ano. A ideia era organizar um churrasco para aproximadamente 600 pessoas. “Mas tinha muita gente ao nosso redor com talentos incríveis, como mágicos, dançarinos, cantores e músicos”, diz Letícia. “Resolvemos fazer um show de talentos.” A proposta foi aceita e o concurso se estendeu por três meses. O grupo organizador recebeu um certificado por reconhecimento de capacidade de liderança e administração.

Letícia também participou de um clube específico para desenvolver a habilidade de falar em público, chamado Toastmasters. “Fiz discursos para turmas de alunos do CET tentando encorajá-los a participar de atividades extra curriculares na universidade”, conta. Ela também incentivava a participação de alunos nos clubes estudantis da universidade. Para isso organizou outro evento com representantes de diversos clubes para promover suas atividades entre os estudantes. Letícia também integrava o Engineers without Borders, uma ONG sobre o uso de engenharia para melhorar a vida das pessoas.

A temporada de Letícia termina no final deste ano, quando ela retorna ao Brasil para concluir o curso de Engenharia Mecânica na Unicamp. Uma história inspiradora e de sucesso desta jovem de 22 anos.

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Marcio Orsolini
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