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Dicas para “imergir” no intercâmbio

Giana Andonini - 12/03/2014
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Além de aprender ou aprimorar os conhecimentos em uma língua estrangeira, espera-se que, com o intercâmbio, você imerja na cultura do país e mergulhe — se possível, de cabeça — em novos hábitos, costumes e tradições. Mas, na prática, o que acontece é que muitos estudantes, por comodidade ou receio, acabam se relacionando quase só com pessoas de seu país. Assim, não aproveitam o melhor que a experiência de estudar fora tem a oferecer.

Estudar fora diz respeito não somente a ir às aulas, fazer-se entender em outra língua e acostumar-se com a culinária local, mas principalmente a abrir-se para o novo e aprender a fazer coisas do dia-a-dia de forma diferente. No começo, isso pode não ser tão simples, mas certamente trará muitos benefícios.

Veja a seguir algumas dicas de como imergir na cultura de um novo país, extraídas do livro Student Guide to Study Abroad, produzido pelo Institute of International Education (IIE):

1. Pergunte para quem já foi

O lema aqui é: “Quanto mais você aprender sobre os costumes do lugar antes de embarcar, menos terá que aprender quando chegar”. Além de ler e pesquisar sobre o assunto, converse com brasileiros que já estiveram no seu país de destino e questione-os sobre as principais diferenças culturais que irá encontrar. Procure informações também em sites e blogs de estudantes que já moraram fora.

Se você tiver dúvidas específicas sobre questões ligadas à raça, religião, gênero ou orientação sexual, procure esclarecê-las antes de partir.

2.  Tente fazer amigos nativos

Chegando ao país, seja simpático e procure conhecer os seus roomates ou sua host family. Eles serão, possivelmente, seu maior ponto de apoio durante a viagem. Tente, sempre que possível, fazer refeições com eles e peça que lhe mostrem onde ficam supermercados, caixas eletrônicos, pontos de ônibus, farmácias e outros locais de primeira necessidade.

Utilize as primeiras semanas a seu favor. Procure fazer amigos (ou conhecidos, que seja) nativos. A não ser que sejam completos insensíveis, eles ficarão felizes em lhe mostrar os prós e contras do bairro e acompanhá-lo em alguns passeios. Além disso, nativos também costumam ter curiosidade a respeito de outras culturas. Então, tire proveito disso: demonstre interesse e respeito pela cultura deles e conte mais sobre a sua vida.

Ainda que seja mais cômodo ficar rodeado de pessoas de seu país — prontas para lhe entender e ajudar quando você se sentir homesick —, esforce-se para sair de sua zona de conforto.

3. Prepare-se para lidar com os estereótipos

Os estereótipos são inevitáveis e em algum momento da viagem você será confrontado com eles. Sabemos que o Brasil é um país gigante, de múltiplas facetas e realidades regionais incomparáveis, mas pode ser que seus colegas no exterior não tenham esse mesmo discernimento. Então, se vierem com o papo de que o Brasil é carnaval e futebol, não se estresse. O melhor a fazer, segundo o Student Guide, é agir como um “embaixador cultural”, explicando que essa visão não corresponde à realidade e que o país é mais do que isso. Para não fazer feio, pesquise alguns dados antes de viajar, como população, PIB e IDH do Brasil, por exemplo.

O mesmo vale para os seus próprios preconceitos e estereótipos: tente se libertar deles e esteja aberto para ouvir o que os estudantes internacionais têm a contar sobre suas nações.

4. Lide com os choques culturais

Se você realmente imergir no país, terá que lidar  — em maior ou menor grau — com os chamados choques culturais. Em outras palavras, são as sensações de desconforto, desorientação ou até perturbação emocional decorrentes do fato de estar em um país com  costumes e valores muito diferentes dos seus. “As más noticias é você terá que lidar, inevitavelmente, com choque cultural e saudade de casa ao morar fora. A boa notícia é que todo mundo consegue superar isso e com você não será diferente”, afirma a americana Nate Nult, que estudou na Escócia e na China.

Neste tópico, as dicas são:

Assuma que existem diferenças até que as similaridades comecem a aparecer.

Pergunte “O que eu tenho que entender sobre isso?” em vez de “O que eu tenho que fazer?”

Ouça cuidadosamente, observe e pense… Só depois fale.

Procure olhar sempre para os benefícios que essa diferença pode te proporcionar em vez de apenas evitar cometer erros.

Evite colegas, brasileiros ou não, que sejam pessimistas em relação ao seu host country.

Ajuste o seu “relógio biológico” para o ritmo local. Procure, por exemplo, fazer os mesmos horários de almoço e jantar de sua host family.

Estabeleça pequenas metas. A adaptação será gradual!

Por fim, a dica é não ser muito severo consigo mesmo. Não tenha medo de errar e use sempre bom humor. Ao fazer intercâmbio, você está embarcando em uma das experiências mais gratificantes de sua vida, mas também desafiadoras.

Leia também:
Casa de família ou alojamento estudantil: o que é melhor?

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Sobre o escritor

Giana Andonini
Giana Andonini
Giana Andonini foi a primeira editora do Estudar Fora, entre 2013 e 2015. Todas as publicações que você encontrar aqui são as que deram "corpo" ao site - explicando as principais etapas da candidatura para universidades fora.

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