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Como aprendi inglês sozinha com 13 anos: dicas não convencionais de como aprender outra língua

Por Beatriz Moraes, estudante do Prep Program 2025

O ano era 2020. A pandemia no seu ápice, ninguém nas ruas, professores pedindo para seus alunos abrirem as câmeras no Zoom, adolescentes dançando por 15 segundos na frente de um celular e as notícias do mundo todo que não paravam de chegar. No meio de tudo isso, lá estava eu: 13 anos, maratonando séries como um compromisso e tendo como meta ouvir um álbum de música por dia

E por um tempo isso foi o bastante. Contudo, conforme o Lockdown se estendia e os dias ficavam mais longos, comecei a sentir falta da rotina de estudos que tinha quando ia à escola todos os dias. Eu sei, meio esquisito uma garota de 13 anos sentir falta de estudar, mas eu sempre fui meio nerd e a validação acadêmica era tipo meu combustível emocional. Então, senti a necessidade de ocupar meu tempo para além de músicas, séries e aulas chatas no Zoom. 

Naquela época, meu pai vivia falando da importância de aprender inglês. Isso porque ele começou a aprender inglês tarde (com 40 anos!) e tinha dificuldade. Por isso, ele me colocou em algumas aulas quando era pequena e fiz alguns anos de cursinho, o que me fez aprender o básico.

Ainda assim, não conseguia falar a língua com fluência. Naquela altura, a vontade de estudar fora surgiu e aprender de verdade o inglês passou a ser uma necessidade. Então, foi o que fiz: com 13 anos, comecei a aprender inglês sozinha pela internet.

E hoje, depois de 5 anos, posso dizer que foi a época em que mais avancei na língua. Talvez seja pelo fato de eu ser nova e ter tido mais tempo para me dedicar aos estudos na pandemia, mas acredito que grande parte do meu avanço foi por conta das estratégias que criei. 

Já ouvi muitas pessoas falando que aprender outra língua é difícil ou chato, mas talvez elas nunca tenham aprendido com as técnicas certas. Então, aqui vão dicas que trago a partir da minha experiência — sem curso caro, sem livro de gramática e sem pressão. Tudo baseado na curiosidade e na criatividade de uma pré-adolescente.

Crie um alter ego que só fala inglês.

Sabe qual é o segredo daquelas pessoas que vão para um intercâmbio fora do país e voltam com um inglês impecável? A imersão. O que diferencia um nível básico de um nível avançado é o contato com a língua. Existem desafios e situações que você só aprende se estiver em um país que fala a língua estrangeira. 

Bom, no meu caso, eu estava em uma pandemia global sem conseguir sair de casa, então viajar não era uma opção. E talvez, no seu caso, você não tenha tempo ou dinheiro para ir até outro país. A boa notícia? Você pode fazer a imersão da sua casa!

O que fiz foi trocar de nome: durante as tardes que estudava eu não era mais Beatriz e sim Beatrice. E a Beatrice falava inglês fluentemente. Por isso, ela trocou o idioma do celular, viu filmes e séries em inglês, ouviu podcasts e saiu pela casa falando um inglês meio esquisito, mas que ainda era inglês. 

Fazer isso me ajudou muito a ter contato com as palavras, sotaques e gramática. E o melhor é que tive o melhor dos dois mundos: metade do dia brasileira e a outra metade americana. Alô, Trump? Será que já posso conseguir minha cidadania?

Dê uma de Lara Jean

Sim, eu era um pouco obcecada por filmes de romance quando era mais nova (talvez ainda seja) e essa dica pode ter sido 100% influenciada pelo fato de o Peter Kavinsky ser meu crush preferido de todos os tempos. 

Se você ainda não sabe do que estou falando, deixa eu te contextualizar rapidinho: há um filme na Netflix chamado Para Todos os Garotos que Já Amei, no qual uma adolescente chamada Lara Jean escreve cinco cartas para os cinco garotos que ela já amou. As cartas acabam sendo enviadas, e entre os destinatários está o Peter Kavinsky, com quem ela (spoiler!) acaba junto no final, e o namorado da irmã, o que gera confusão.

Ok, Bia, já entendemos que você gosta de homens altos e filmes com protagonistas levemente duvidosos, mas onde você está querendo chegar? 

Por mais que a Lara Jean fosse um pouquinho maluca de escrever cinco cartas, ela estava fazendo algo inteligente: treinando suas habilidades de escrita. E você pode fazer o mesmo. 

Talvez você não tenha cabelos morenos, 16 anos, e tenha cinco pessoas para mandar cartas de amor. Contudo, você pode escrever cartas fictícias para sua família, seus amigos ou até mesmo para você mesma contando sobre sua vida, algum acontecimento importante ou algo que você gostaria de ter dito. O importante é escrever e treinar sua escrita em outra língua

E quem sabe você não envia as suas cartas também e acaba fluente em um idioma e com um namorado? As oportunidades na área acadêmica são infinitas ao se aprender uma nova língua (e as no amor também, rs). 

Seja um stalker

— Hey, you. 

Ok, essa dica não é para seguir literalmente. Por favor, não seja parecido com o Joe da série You da Netflix e saia por aí perseguindo mulheres inocentes. 

Ao invés disso, se inspire nele e observe como as pessoas falam outra língua. Escolha um trecho de uma série, filme ou TED Talk. Ouça, pause e repita imitando ritmo, sotaque e emoção — como se fosse um ator treinando fala. Isso ajuda na fluência oral e também na naturalidade. 

Também, siga em redes sociais (mas por favor, não pessoalmente) pessoas que falam outras línguas. Isso irá te auxiliar na imersão e também a entender a cultura de outro país. 

Então, em resumo: imita o Joey no jeito de falar, mas não no jeito de stalkear, OK? Se começar a fazer isso, seu inglês vai até ficar afiado, mas a polícia também.

Thank you, next!

A Ariana Grande em seu videoclipe falou uma das frases mais icônicas: “Obrigado, pode vir o próximo!”. Você pode seguir o conselho da grande e icônica diva do pop e usar a sua vida amorosa (ou a falta de uma) a seu favor.

Ache amigos (ou até crushes) de outros países e se comunique em outra língua. Conhecer estrangeiros é ótimo porque, se você não souber uma palavra ou como falar uma frase, você precisará se virar com o que tem – já que aquela pessoa não sabe o seu idioma materno. 

Há aplicativos na internet que podem te ajudar com isso. Exemplos deles são o Omegle e o Tandem, onde você pode conversar com pessoas de diversos países só pela tela do celular. 

Porém, cuidado viu? É importante ter cautela, já que esses aplicativos contêm pessoas aleatórias e que nem sempre estão lá para praticar inglês. Se alguém passar dos limites ou não te tratar com respeito, canalize sua Ariana Grande interior e mande um belo: “Thank you, next” e comece a conversar com outra pessoa. 

Treinar outra língua, sim, mas aturar gente sem noção? Jamais.

Canalize sua Norma Gusmão interior

Talvez você não tenha milhões de dólares para gastar todo ano ou ser a Norma Gusmão na novela Beleza Pura da Globo e gritar “Eu sou rica!” por aí. Porém, sabe o que é bom? Ninguém sabe disso. 

Então, use e abuse! Abra sites como Amazon, Target ou Sephora e monte carrinhos como se estivesse comprando tudo em inglês. Leia descrições, compare produtos e invente reviews, tipo:

“OMG! I love the smell of this Chanel lipstick” / Meu Deus! Amo o cheiro desse batom da Chanel!

Ou

“I didn’t like this Gucci bag. It looks cheap and has a low-quality material.” / Eu não gostei dessa bolsa da Gucci. Parece que é barata e o material é de má qualidade.

Você não precisa postar essas reviews e pode fazê-los só para treinar ou por diversão. O importante é usar o seu livre arbítrio e incorporar a sua diva rica interior. Se for para fingir ser milionária, que seja em inglês fluente, né?

De todos os jeitos que você for escolher aprender inglês, seja criando um alter ego, fingindo ser a Lara Jean, stalkeando pessoas que nem o Joe (com moderação), incorporando a Ariana Grande ou dizendo “Eu tô rica!”, o importante é achar sua maneira de treinar e colocar suas habilidades em prática. Você não precisa estar em uma pandemia global e ter 13 anos de idade para aprender uma outra língua, basta achar o jeito que mais se adapta ao seu estilo e se jogar nos estudos!


Beatriz Moraes é uma jovem de 17 anos de Santos (SP) que acredita em impacto social como meio de promover justiça. Em 2023, foi eleita jovem vereadora de sua cidade, experiência que consolidou sua vontade de seguir carreira na área de política. Apaixonada por voluntariado, Beatriz atua como CO-CEO do projeto Palavras Que Salvam, que incentiva jovens a expressarem suas vivências por meio da escrita, e diretora regional no Tocando em Frente, que busca ajudar jovens acabando com o vácuo inspiracional. Seu maior propósito é usar a conexão entre pessoas através da educação para transformar realidades — começando pela sua própria comunidade.


A coluna acima foi escrita por Beatriz Moraes, participante do Prep Program, preparatório da Fundação Estudar com foco em jovens que desejam cursar a graduação no exterior. Totalmente gratuito, o programa oferece orientação especializada sobre o processo de candidatura em universidades de fora do país. Saiba mais e faça sua inscrição aqui.

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