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Brasileira em Stanford fala sobre como a infraestrutura da universidade impacta o aprendizado

Gustavo Sumares - 28/03/2019
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É comum ouvir que as universidades estadunidenses são muto bem equipadas e que, por isso, conseguem oferecer uma experiência de aprendizado mais aprofundada. No entanto, aprendizado é algo que depende de muitos fatores além da infraestrutura da escola. Então, qual é o real impacto da infraestrutura no aprendizado?

Para entender melhor essa questão, conversamos com Lígia de Melo, estudante de Química em Stanford e bolsista do Programa de Líderes da Fundação Estudar. De acordo com um ranking recente de universidades por área de aprendizado, Stanford é a 5ª melhor universidade do mundo para a área de química. E perguntamos: quanto disso se deve à infraestrutura da universidade?

Atraindo talento

“Financeiramente, Stanford nao parece ter barreiras ou poupar esforcos, e eu percebo isso muito claramente no equipamento do laboratorio em que trabalho”, conta Lígia. De acordo com a experiência dela, existe de fato uma diferença de recursos bem expressiva entre sua atual escola e as universidades que conheceu no Brasil.

No caso de um curso como Química, que depende em grande medida de equipamentos de laboratório, essa diferença de fato proporciona uma experiência de aprendizado diferente. Lígia considera que “um diferencial é que em Stanford, e outras universidades dos EUA com vários recursos, há muito mais oportunidades ‘hands on’ para que o aluno aprenda a aplicar o que aprende na vida real”.

É claro que equipamento não é tudo. Mas além de oferecer essas oportunidades “hands on”, Lígia percebe que a infraestrutura de Stanford tem outra vantagem: atrair pesquisadores que precisam dela. “Em termos da pesquisa em si, ´é dificil competir com as universidades com mais recursos: elas tendem a atrair os maiores especialistas de sua área e combinar isso com os melhores recursos para eles desenvolverem seu trabalho”, diz.

Outras diferenças

Além da superioridade de infraestrutura, Lígia também percebe que o ambiente de Stanford proporciona outras vantagens, como um ambiente altamente internacionalizado. “Pessoas muito boas do mundo inteiro se reúnem lá, e é um privilégio poder aprender com elas, trabalhar com líderes de suas áreas e ver como eles pensam”, relata.

Esse ambiente, na experiência de Lígia, promove uma mentalidade diferente na hora de resolver problemas. “No Brasil, é comum em pesquisa ter uma mentalidade do tipo ‘vamos olhar o que as pessoas nos Estados Unidos fizeram e tentar replicar os resultados com o que temos aqui’, enquanto nos Estados Unidos o problema é atacado mais procurando um jeito criativo de resolvê-lo”, considera.

E foi por conta dessa diferença de mentalidade, justamente, que Lígia escolheu Stanford. Ela conta que se apaixonou por química durante o colegial, e que se decidiu pela faculdade estadunidense “porque, além de ela ser muito forte nas áreas de pesquisa que me interessam, tem uma cultura de inovação, criatividade e interdisciplinaridade bem forte que combina muito com as coisas que eu quero fazer”.

Mas não é só isso

Mesmo assim, ela considera que o fato de uma pessoa estudar no Brasil em vez de nos Estados Unidos não significa que ela nunca será um profissional tão competente quanto alguém que estudou nos EUA. “Algumas abordagens são interessantes e diferentes, mas não acho que a diferença no aprendizado e na sala de aula faça uma diferença gigante no fim”, afirma.

Por isso, Lígia conclui que embora exista de fato uma vantagem em Stanford, em termos de infraestrutura, internacionalização e bons pesquisadores, o impacto da infraestrutura no aprendizado não é tão determinante assim. “No final ainda acho que as melhores universidades brasileiras podem dar uma formacao academica muito forte para seus bons alunos”.

Sobre o Programa de Líderes

O Programa de LÍderes da Fundação Estudar existe há 26 anos como forma de propiciar que brasileiros estudem nas melhores universidades do mundo – seja no Brasil ou no exterior – e desenvolvam ao máximo o seu potencial. Ele está com inscrições abertas para sua edição de 2019 até o dia 01/04! Saiba mais sobre ele (incluindo como se inscrever) neste link.

 

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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