//username of moderater
Fundação Estudar
InícioPreparaçãoGuiasAs empresas brasileiras estão de olho nos estudantes de MBA

As empresas brasileiras estão de olho nos estudantes de MBA

Cecilia Araujo - 10/10/2013
Comentários:

Até o início dos anos 2000, o brasileiro que fazia um MBA fora tinha como objetivo abrir portas para trabalhar no exterior, especialmente nos EUA – poucos pensavam em voltar para o Brasil. Esse quadro começou a mudar à medida que a economia brasileira foi se tornando mais e mais competitiva: muitos desses profissionais passaram a estudar fora para turbinar seu currículo para buscar boas oportunidades por aqui mesmo.

A crescente importância do Brasil no mercado internacional fez com que muitas multinacionais começassem a delegar o recrutamento de executivos para as filiais no Brasil. Já as empresas brasileiras buscaram se internacionalizar e sentiram a necessidade de contratar profissionais com uma mentalidade mais global.

Nesse contexto, o MBA internacional se tornou um título mais visado pelos recrutadores. “Mesmo em tempos de crise, as companhias precisam investir em pessoas criativas e preparadas para driblar os desafios econômicos”, diz Paulo César Moraes, sócio fundador da Philadelphia Consulting. Para alguns cargos, o certificado se tornou um pré-requisito, especialmente em consultorias e instituições financeiras.

A Falconi Consultores de Resultado, consultoria de gestão com presença nacional que está se internacionalizando,por exemplo, possui cargos exclusivos para MBAs. “Além das competências técnicas, são desenvolvidas no curso habilidades de liderança, adaptação, comunicação, tomada de decisão e autoconhecimento – as chamadas ‘soft skills’. Elas deixam os profissionais mais confiantes”, aponta Paulo Pagliaroni, diretor de Gente da consultoria.

Recentemente, setores da indústria também começaram a se atentar para esse nicho. É o caso da Ambev, que não tem o perfil de contratar profissionais seniores (prefere promover os talentos da casa), mas há dois anos criou um programa de recrutamento de MBAs. “O título indica que o profissional foi bem treinado, pode encarar projetos difíceis e sabe entregar resultados”, afirma Isabela Garbers, gerente de recrutamento e seleção da empresa de bebidas.

Para fazer a ponte entre alunos e empresas, toda escola de MBA no exterior tem um “career office” – escritório especializado que tem como objetivo recolocar o estudante no mercado de trabalho da melhor forma possível. A cada ano, no segundo semestre do curso, empresas de vários países, inclusive brasileiras, vão até o campus e participam de uma feira com palestras promovida pela universidade.

Depois de alguns meses, representantes das companhias brasileiras voltam às escolas para realizar entrevistas e recrutar alunos para estágios de verão remunerados (summer jobs). O salário mensal do trabalho costuma ser compatível ao de um gerente sênior no Brasil – podendo chegar a R$ 16.000 – R$ 18.000.

O objetivo é que a experiência leve os alunos a trabalhar na empresa depois da conclusão do MBA. Geralmente, eles são convidados a assumir cargos de coordenação ou gerência. No começo do quarto semestre, antes de voltar ao Brasil, a maioria dos profissionais já está empregada.

“No MIT Sloan temos mais de 180 empresas que fazem recrutamento no campus. A taxa de oferta de trabalho para os nossos alunos é de 91% no fim do curso. Nossos alunos têm várias opções para sua carreira, além de ótimos salários”, destaca Dawana Levenson, diretora de admissões de MBA da Faculdade de Administração Sloan do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Para Isabela, o investimento vale a pena. “Buscamos profissionais alinhados aos nossos valores, que queiram ajudar a construir a nossa história, gostem de colocar a mão na massa e tenham foco em resultados. Temos conseguido encontrar pessoas com esse perfil, e elas têm se adaptado às necessidades”.

Mas, segundo ela, a concorrência é grande: os brasileiros que fazem o MBA fora são assediados pelas empresas internacionais também. “O que procuramos deixar claro são as características do nosso ambiente de trabalho e as perspectivas que o profissional terá aqui dentro. A maioria dos que entram a partir do programa de MBA acaba crescendo muito rapidamente”.

Já na Falconi, o profissional que terminou um MBA segue uma carreira específica dentro da empresa e recebe um treinamento especial. “Esperamos que eles já estejam aptos a assumir uma função de liderança após 6 meses ou 1 ano”, afirma Paulo.

O que você achou desse post?

Sobre o escritor

Cecilia Araujo
Cecilia Araujo
Cecília Araújo é jornalista formada pela UFMG. Na Fundação Estudar, foi Coordenadora de Comunicação e Conteúdo, Gerente de Comunicação e Marketing e Co-Diretora. Atualmente, está à frente do projeto Pessoas pela Chapada, que retrata histórias de moradores da Chapada Diamantina.

Artigos relacionados