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Inverno: conheça as universidades mais próximas dos polos

Gustavo Sumares - 21/06/2019
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Para quem mora no hemisfério Norte, 21 de junho marca a chegada de uma ótima época: o verão. Não apenas porque as temperaturas aumentam, mas também porque essa estacção coincide com as férias escolares nos países do norte. E não coincide por acaso: a ideia é que os estudantes possam aproveitar melhor o bom tempo longe das universidades frias.

Já para quem está no Brasil (ou em qualquer outro país do hemisfério Sul), ela marca a chegada do inverno. E a chegada do frio por aqui é uma boa oportunidade para visitar os locais do mundo onde mesmo no verão não faz tanto frio quanto no inverno brasileiro.

Por isso, falamos abaixo das duas universidades localizadas nos extremos do mundo: a universidade mais ao sul, e a universidade mais ao norte. Suas localizações fazem com que elas sejam universidades frias, mas nem por isso impedem que elas sejam instituições de ensino superior com grande importância regional e global. Confira:

Abaixo de zero na Terra do Fogo

Localizada na cidade de Ushuaia, na Argentina, a Universidad Nacional de Tierra del Fuego (UNTDF) é a universidade localizada mais ao sul do planeta. Ela fica na pontinha do continente sul-americano, ainda mais ao sul até do que as Ilhas Malvinas. E, por lá, as temperaturas regularmente caem abaixo de 0ºC durante o inverno. Mesmo no verão, a média não passa muito de 10ºC.

Apesar das baixas temperaturas e do relativo isolamento (Ushuaia fica a 2.370 quilômetros da capital Buenos Aires em linha reta, e a mais de 3.000 quilômetros de estrada), a cidade tem uma população de 60 mil habitantes. E a universidade conta com cerca de 1.300 alunos (embora esse número inclua também estudantes no campus de Río Grande, cidade um pouco mais ao norte).

Esses alunos se distribuem entre 13 cursos de graduação e cinco programas de pós-graduação. Entre eles, há opções de licenciatura em ciências ambientais, meios audiovisuais, engenharia industrial, sistemas, ciências políticas, entre outras. Ao todo, a instituição conta com quatro institutos:

  • Ciências Polares, Ambiente e Recursos Naturais;
  • Cultura, Sociedade e Estado;
  • Desenvolvimento Econômico e Inovação;
  • Educação e Conhecimento

Um dado interessante sobre a UNTDF é que ela é bem nova para uma universidade. Foi fundada em 2010, começou a aceitar alunos de graduação em 2013, e foi apenas no ano passado que suas primeiras turmas colaram grau. Ainda assim, trata-se de uma universidade pública e gratuita. O vídeo institutcional da universidade ajuda a dar uma ideia de como é o clima por lá:

Como estudar na UNTDF

A UNTDF aceita inscrições de estudantes eestrangeiros, e está recebendo inscrições até 3 de julho. Para brasileiros, o processo pode ser feito por meio do envio de documentos como histórico escolar do ensino médio e diploma do ensino médio, ambos convalidados ou apostilados.

Os documentos, no entanto, devem ser assinados e apresentados ao Departamento de Estudantes da universidade, em cópias físicas. Ou seja: exceto em casos excepcionais, é necessário que você mesmo leve-os até lá. Mais informações podem ser vistas neste link.

Estudando no topo do mapa

Do outro lado do mundo, na Noruega, fica a Universidade de Tromsø (lê-se “trumsa”), também conhecida como UiT ou “univesidade ártica da Noruega”. Com mais de 16 mil alunos de graduação, mais de 100 alunos de doutorado e cerca de 3.500 funcionários entre dezcampi, ela é a universidade localizada mais ao norte do planeta — e é bem maior do que a universidade localizada mais ao sul.

Ela é uma das oito universidades da Noruega, e a terceira maior dela. Todos os seus campi, porém, ficam em regiões bem ao norte do país. Um deles, aliás, fica na cidade de Svalbad, que é a cidade mais ao norte do mundo. Por lá, as temperaturas só chegam acima de 0ºC em três ou quatro meses por ano, e durante os meses de inverno a temperatura máxima raramente ultrapassa -10ºC. O vídeo abaixo mostra como é a vida na cidade:

Mas isso faz da UiT um centro de pesquisa de extrema importância. A cidade de Svalbad, por exemplo, tem registros meteorológicos desde 1911, e esses dados podem ser usados em pesquisas sobre mudanças climáticas. Além disso, a instituição também pesquisa fenômenos relacionados à aurora boreal, biotecnologia e a cultura Saami (do povo autóctone que ocupa as regiões mais ao norte da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia).

Além disso, essa região também abriga importantes silos de sementes, como o Svalbad Seed Vault. São repositórios que visam preservar a biodiversidade de espécies vegetais por meio do armazenamento de suas sementes. E o silo de Svalbad já tem quase um milhão de sementes de espécies diferentes.

Ao mesmo tempo, a universidade também oferece cursos mais comuns. São mais de 250 programas de estudos diferentes, entre graduação e pós-graduação. Eles se dividem entre seis institutos:

  • Biociências, pesca e economia;
  • Humanidades, ciências sociais e educação;
  • Ciências da Engenharia e tecnologia;
  • Ciência e tecnologia;
  • Ciências da saúde;
  • Direito.

Como estudar na Universidade de Tromsø

A UiT oferece mais de 30 programas de pós-graduação ministrados em inglês. Eles incluem desde mestrados em ciências moleculares, belas artes e antropologia visual até um curso de um ano de duração de “guia turístico do ártico”. O próximo período de candidaturas será entre 1 de outubro e 1 de dezembro de 2019.

Para se candidatar a esses cursos, é necessário comprovar proficiência em inglês, providenciar cópias do diploma de graduação e do histórico acadêmico, e demostrar que você tem como se manter financeiramente durante o período de estudos. Alguns cursos também podem ter requisitos específicos. Mais informações sobre o processo podem ser vistas neste link.

 

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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