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Como é o processo de decisão das escolas de MBA no exterior?

Colunista do Estudar Fora - 27/05/2021
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Antes de mergulhar de cabeça na preparação do seu application, é importante entender como funciona a tomada de decisão em universidades estrangeiras. Há um pouco de variação entre elas, mas o processo abaixo, descrito por um admissions officer de uma universidade Top 10, é bastante representativo.

1. No dia seguinte ao “deadline, o “application” completo é impresso ou baixado em um tablet e passado a um “admissions officer” ou a um membro da comunidade da escola (geralmente alunos do segundo ano contratados para esse propósito).

2. O primeiro revisor do “application– o “admissions officer” ou membro da comunidade da escola – lê todo o material em detalhe e recomenda ou não que o candidato seja entrevistado.

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3. Após passar pelo primeiro leitor, o “application” é enviado a um segundo revisor, desta vez certamente um “admissions officer” com ampla experiência e um bom conhecedor dos objetivos e perfil de aluno que a escola busca. O “admissions officer” também recomenda o candidato a entrevistar ou não.

4. Caso haja divergência entre os dois primeiros revisores em relação ao convite para entrevista, o “application” é encaminhado ao “Admissions Director”, o qual revisa o material novamente e toma a decisão.

5. Entre (aproximadamente) a terceira e quinta semanas após a “deadline” o candidato é informado pela escola se está convidado a entrevistar ou se foi rejeitado.

6. Aos convidados a entrevistar são geralmente oferecidas duas opções: entrevistar no campus da escola ou em uma cidade global próxima à sua cidade de origem. No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro são naturalmente as cidades principais. Em algumas escolas, os entrevistadores são ex-alunos (alumni); em outras, são profissionais treinados e calibrados pela escola.

7. O entrevistador preenche um relatório que mistura elementos objetivos – uma matriz onde ele/ela julga o candidato em quesitos como habilidade de comunicação oral, clareza, simpatia, boa postura, lógica de suas histórias, motivação por liderar, interesse real pela escola –, e subjetivos, onde relata as impressões gerais sobre o candidato e seus exemplos mais marcantes. No final deste relatório o entrevistador recomenda: (a) admitir, (b) admitir com cautela ou (c) não admitir.

8. Uma vez que o relatório da entrevista (“interview report”) é recebido pela escola, ele é enviado ao “Admissions Director” (o qual provavelmente ainda não revisou o “application”). Após revisar o “application” completo, ele/ela faz uma das seguintes recomendações: (a) admitir, (b) enviar ao “Admissions Commitee” (AdCom), ou (c) rejeitar o candidato.

9. Caso todas as recomendações sejam para admitir o candidato, envia-se a ele a tão esperada “admissions letter”. Caso haja divergência entre as recomendações, o “application” é revisado novamente por um comitê (“AdCom”), que debate os méritos do candidato, fazendo a recomendação final para o “Admissions Director”: (a) admitir, (b) colocar em lista de espera (“waitlist”), ou (c) rejeitar.

Como visto, o processo de decisão é complexo e levado muito a sério pelas escolas. Seguindo o fluxo acima, um “application” de sucesso passa pelas mãos de pelo menos 4 leitores críticos, por isso a importância em gastar um período significativo refletindo e preparando seu material. O “AdCom” gastará, em média, 20 minutos no total analisando seus documentos; portanto, detalhes únicos e interessantes sobre a sua trajetória podem fazê-lo se destacar em um mar de candidatos tão talentosos quanto você.

Recomendamos ao menos 4 meses, idealmente 6 meses, para o resgate de suas histórias, pesquisa sobre os programas, rascunho de sua visão de futuro e o papel da escola em torná-la realidade.

O seu objetivo como candidato é impressionar seus leitores a ponto de eles dizerem: “Que pessoa interessante, eu quero que ela faça parte da minha escola!”. Assim, seu material escrito deve transmitir não só seus feitos profissionais, mas também sua personalidade, e mostrar o quanto sua presença agregará de valor ao programa, dentro e fora da sala de aula.

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