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Como fazer intercâmbio nos Estados Unidos? Conheça principais modalidades!

Priscila Bellini - 10/08/2023
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Fazer intercâmbio é o sonho de muitos estudantes brasileiros. Uma pesquisa internacional em 2021 mostrou que o Brasil ocupa a 9ª posição entre os mais de 1 milhão de alunos sem cidadania estadunidense estudando no país. Portanto, quando a matéria é intercâmbio nos EUA, quais são os passos fundamentais? O que fazer para conseguir visto e como funciona o sistema de ensino?

Assim como em qualquer tipo de intercâmbio, é necessário decidir qual a modalidade desejada logo de início. Há intercâmbio de inglês, para aperfeiçoamento do idioma, períodos de seis meses a um ano em intercâmbio universitário, ou mesmo cursos completos, de graduação e pós. O processo necessário para fazer faculdade no país é diferente de um intercâmbio nos EUA de curta duração, por exemplo.

Depois de definir o programa que interessa ao estudante, é necessário verificar qual visto deve ser solicitado e como fazê-lo. Caso o aluno embarque para o país com uma agência, tais informações já serão conhecidas desde o início. Em outros casos, deve-se conferir os dados disponibilizados pelo consulado e verificar as exigências do país.

Confira os aspectos principais de cada opção de intercâmbio nos EUA e saiba qual deles se encaixa melhor.

Intercâmbio nos EUA – High School

O intercâmbio de high school, em que o aluno cursa parte do ensino médio no exterior, é uma modalidade que não para de crescer. Alguns estudantes conseguem bolsas de estudo no high school, outros aderem a agências para auxiliar nesse processo.

O modelo de ensino nos EUA é bastante flexível e, por este motivo, os alunos têm liberdade para escolher disciplinas com as quais tenham mais afinidade. É possível, por exemplo, estudar antropologia, direito constitucional e astronomia. á que os alunos têm a possibilidade de escolher as matérias que querem estudar, as turmas acabam sendo menores, o que facilita bastante o aprendizado.

A brasileira Marina Schor fez intercâmbio em um high school estadunidense por seis meses, no primeiro ano. Ela percebeu que as aulas nas escolas norte-americanas mais interativas e dinâmicas que nas brasileiras. Lá, o aluno é instigado a participar o tempo todo a expor sua opinião e participar de discussões. “Não tem aquela coisa de palestra, em que o professor fala e todo mundo só escuta. Lembro de participar de vários debates de livros e de assuntos variados, principalmente nas aulas de inglês”, relembra.

Graduação nos Estados Unidos

Se o desejo é fazer a graduação nos EUA, o aluno deve passar por um processo seletivo complexo, chamado de application. Para montar um bom application, é essencial que se consiga balancear os estudos com atividades extracurriculares que demonstrem um perfil de liderança e proatividade. Boas notas no Ensino Médio e nos exames padronizados contam bastante. Um exemplo é o engajamento em trabalhos voluntários que tenham a ver com seus interesses e planos.

Como o ex-bolsista do Ciência Sem Fronteiras Peirol Gomes comenta, há diversas dicas para tornar o intercâmbio nos EUA mais barato, e aproveitá-lo ao máximo. Comprar em lojas refurbished, por exemplo, é um dos “truques” de Peirol: “Refurbished são lojas em que os produtos tiveram algum defeito, foram devolvidos para fábrica para conserto e agora são vendidos por um preço abaixo do comum. Comprei meu tablet pelo refurbished, ele veio em perfeitas condições, funciona normalmente e ainda economizei 70 dólares”. Ele reuniu alguma dessas indicações em uma cartilha completa, do My CsF.

Mestrado e MBA nos Estados Unidos

O brasileiro Lucas Giannini, economista de formação que se graduou na Universidade de São Paulo, cursa o MBA em Stanford, somado ao mestrado. Logo cedo, no começo da faculdade, ele colocou na cabeça que queria se internacionalizar e foi longe, passando pela Espanha, pela França e vivendo nos Estados Unidos. Ele explica que, nesse nível de formação, o processo seletivo tem outro perfil.

Como os candidatos têm mais anos de experiência e já estão inseridos no mercado, os examinadores conseguem balancear fatores ligados ao sucesso acadêmico e ao trabalho na hora da seleção. “Essas escolas buscam o seu potencial e querem ver aonde você vai chegar. Uma parte disso vem do que você já conquistou”.

Nas cartas exigidas no processo de candidatura, é necessário demonstrar um perfil de liderança e, claro, explicar quais os planos futuros. “É a ideia deles: o passado é apenas uma parte da promessa. A outra é o que você espera fazer no futuro”.

Costa Leste ou Oeste?

Embora suas universidades de ponta estejam bem distribuídas pelo território, as proporções continentais do país fazem com que a experiência de quem vai para a Costa Leste ou Oeste dos Estados Unidos seja dramaticamente diferente.

A Costa Leste – mais cult, mais fria e onde se concentram as Ivy Leagues (mais tradicionais instituições do ensino do país) – é um centro para quem deseja estudar temas como moda, mercado financeiro e políticas públicas. Universidades como o MIT, Harvard e Columbia ficam na costa leste.

Já a Costa Oeste, muito marcada pela presença do Pacífico e com forte influência de um estilo de vida ao ar livre, concentra os estudantes apaixonados por tecnologia, indústrias criativas e engenharias. Ela abriga instituições como Stanford, University of California, Berkeley e Caltech.

A decisão, então, pela Costa Leste ou Oeste dos Estados Unidos, é muito pessoal. Descubra aqui quais são as principais diferenças entre a vida de estudante nos dois destinos e entenda qual combina mais com suas preferências e prioridades.

Leia também: Intercâmbio na Irlanda: Tudo que você precisa saber antes de embarcar 

Desfazendo mitos sobre Intercâmbio nos EUA

“Enquanto sonhava em fazer faculdade nos EUA, durante muito tempo carreguei duas imagens bem caricatas de como seria a minha experiência universitária”, relembra Carolina Lyrio, carioca que realizou sua graduação na Universidade de Duke.

Segundo ela, as duas imagens mentais que tinha — a de festas com meninas maquiadas e garotos engomadinhos, ambos com sorrisos lindos no rosto e copos vermelhos nas mãos, e a de alunos em um café ou biblioteca, com livros, cafés e computadores esparramados, envolvidos em um debate intelectual com jeito de briga para quem via de fora — realmente aconteceram em diferentes ocasiões.

Mas os seus quatro anos não foram só isso: o período reservou muitas surpresas para quem estava esperando a reprodução exata de cenas de filme. Neste texto para o Estudar Fora, Carolina compartilha algumas surpresas que a marcaram durante sua graduação nos Estados Unidos.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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