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Sete falhas dos intercambistas ao estudar um idioma

Lecticia Maggi - 09/06/2015
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Por Canal do Intercâmbio

Aprender um novo idioma em um país onde ele é a língua oficial é a melhor maneira para agilizar o processo de aprendizagem. Além disso, a experiência no exterior permite descobrir curiosidade do idioma que só se aprende interagindo com os nativos. Mas atenção para não desperdiçar as oportunidades dessa experiência.

As habilidades também mudam de pessoa para pessoa. Filmes e música são ótimos para quem tem facilidade em aprender ouvindo. Os livros são os mais indicados para quem precisa ver a palavra escrita para memorizá-la

É preciso deixar de lado alguns vícios de linguagem e se preparar para os desafios que o intercâmbio proporcionará em relação ao idioma. Especialista no assunto, o professor de inglês Stephen Cloak, da Seda College na Irlanda, selecionou dicas bem importantes. Stephen é irlandês, trabalha com estudantes de aproximadamente 40 nacionalidades há 6 anos. Ele, que também já foi intercambista na Espanha e estudou português, garante que para dominar um idioma estrangeiro é preciso não errar em relação aos seguintes pontos:

1. Importar seu sotaque para o idioma

Uma das grandes dificuldades das pessoas que estão aprendendo um novo idioma é absorver a mudança de som de letras no idioma que está estudando. Para os brasileiros que decidem estudar inglês, por exemplo, a confusão é grande porque o som de uma mesma letra, vogal principalmente, pode ser diferente de acordo com a palavra.
O mais importante é perder os vícios dos regionalismos e lembrar que um novo idioma tem novos som para as letras – o “r” é bem diferente das variações faladas no Brasil e, por vezes, o “h” terá o som que o “r” tem em algumas regiões do país.

2. Seguir as técnicas do colega

Cada pessoa aprende de um jeito próprio. Não adianta querer copiar o colega. Algumas pessoas têm facilidade de absorver novas informações anotando tudo. Para outros, o mais importante é ouvir o professor.

As habilidades também mudam de pessoa para pessoa. Filmes e música são ótimos para quem tem facilidade em aprender ouvindo. Os livros são os mais indicados para quem precisa ver a palavra escrita para memorizá-la. É preciso descobrir qual seu jeito de aprender e explorá-lo ao máximo.

Sotaque não tem nada a ver com falar bem o idioma. Não adianta tentar imitar os sotaques e não se fazer compreender para os outros

3. Imitar o sotaque dos nativos

Sotaque não tem nada a ver com falar bem o idioma. Não adianta de nada tentar imitar os sotaques e não se fazer compreender para os outros. Cada país tem um sotaque, que representa a cultura de seu povo. No inglês, o mundo divide-se entre o Americano e o Britânico. Mas a Irlanda, por exemplo, é uma mistura dos dois por influências culturais – da colonização inglesa e da emigração para os Estados Unidos.

Não se preocupe com o sotaque, mas com a pronúncia correta. O sotaque se desenvolve com o tempo. O mais importante é as pessoas que conhecem o idioma que vê estudou entenderem você.

4. Ter medo de errar

O medo e a timidez são grandes inimigos dos intercambistas. Não se pode desperdiçar as chances de errar e de aprender com esses erros. É preciso tentar se comunicar, deixar a vergonha de lado, explorar a oportunidade de ouvir nativos e pessoas de outras nacionalidades falando o idioma que você quer aprender. Tente se comunicar. Não se preocupe demais com a perfeição da pronúncia, mas em estabelecer comunicação. Desafie-se.

5. Duvidar de sua capacidade de aprender

Não importa a idade, todos têm condições de aprender. O processo acontece de forma diferente e com velocidades diferentes para cada pessoa. O resultado depende do esforço dedicado ao objetivo. Quem tem pouco ou nenhum conhecimento de um idioma, quando vai para o intercâmbio percebe o rápido crescimento. Já aqueles que conseguem se comunicar, mas precisam ampliar o vocabulário, sentem que o crescimento é lento. Isso não está relacionado com sua capacidade de aprender, mas o foco de estudo deve ser modificado dependendo do nível do seu inglês. Quanto mais se sabe, mais atenção aos pequenos detalhes. Uma dica importante é começar a aprender as regras por inteiro e não mais o básico – o que acaba induzindo ao erro quando o assunto é fluência no idioma.

Intercambio não é só aprender outro idioma, mas descobrir novas culturas e descobrir a si próprio

6. Não diferenciar linguagem formal da falada nas ruas

Para os nativos, não existe certo ou errado. Mas existe uma diferenciação entre conseguir se fazer entender ou não conseguir se expressar e saber onde usar cada tipo de linguagem. Na Irlanda, existem palavras e expressões que só quem faz um intercâmbio no país aprenderá. Isso é aprender cultura também, é conhecer as peculiaridades de um povo. O que não significa que essas palavras devam ser usadas em um ambiente profissional ou mais formal para demonstrar domínio do idioma. Pelo contrário, dominar um idioma é saber usar a linguagem correta para cada situação e ambiente.

7. Esquecer o propósito do intercâmbio

Intercambio não é só aprender outro idioma, mas descobrir novas culturas e descobrir a si próprio. Não venha para Irlanda para aprender um idioma, mas para viver de forma diferente, para ser mais independente, fazer novos amigos, experimentar diferentes trabalhos, lidar com pessoas na rua, negociar com chefe e fazer tudo isso em inglês. Essas são as experiências que o colocarão em vantagem quando você voltar para o seu país.

Este texto foi publicado originalmente no Canal do Intercâmbio

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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