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Saiba como é estudar em um Liberal Arts College dos EUA

Lecticia Maggi - 19/11/2015
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Por Pedro Girardi

Olá pessoal. Gostaria de compartilhar com vocês um pouco da minha rotina no Carleton College, aqui nos Estados Unidos, e o que torna a experiência aqui tão especial.

Estava a fim de começar algo totalmente diferente e acabei entrando no clube de Tae Kwon Do

O primeiro aspecto é que, em Carleton, quase todos os alunos moram no campus. Isso cria uma comunidade bastante unida, e fez com que eu, em menos de três meses, conhecesse uma parcela considerável dos estudantes. Isso é facilmente explicável se compararmos com a realidade das grandes universidades públicas brasileiras: enquanto nelas você fica pouco tempo no campus e não interage muito com seus colegas, aqui você passa todo o seu tempo no campus e participa de muitas atividades. Eu, por exemplo, estava a fim de começar algo totalmente diferente e acabei entrando no clube de Tae Kwon Do. Ainda não descobri o Bruce Lee dentro de mim, mas o clube me ajudou a desenvolver novas habilidades, sair da zona de conforto e conhecer muita gente bacana. Essa oportunidade de tentar o novo e se desenvolver em várias áreas é extremamente incentivada aqui.

O fato de Carleton ter mais de duzentos clubes e organizações torna a experiência de estudar aqui ainda mais completa, e cria uma comunidade muito integrada.

Eu tenho três aulas de 70 minutos por semana em cada curso, bem menos do que eu teria no Brasil. Porém, os professores exigem muito trabalho fora da sala de aula

Estudar em um Liberal Arts College é bem diferente de uma universidade brasileira. Nesse trimestre, por exemplo, eu me matriculei em três cursos: Cálculo 2, Introdução à Microeconomia e Utopias. Eu tenho três aulas de 70 minutos por semana em cada curso, bem menos do que eu teria no Brasil. Porém, os professores exigem muito trabalho fora da sala de aula: eles querem que os alunos não apenas reproduzam o que viram em aula em temas e trabalhos, mas consigam aprender sozinhos como resolver problemas mais complicados.

Contudo, não há como ficar desamparado ao ter dificuldade em algum tópico: a universidade faz questão que você tenha a quem pedir ajuda quando precisar. Os professores passam boa parte da semana trabalhando no seu escritório, de portas abertas para ajudar quem precisar. Além disso, minhas aulas de economia e filosofia tem teacher assistants (estudantes que já cursaram a disciplina e tiveram destaque) que estão sempre disponíveis para ajudar. Em suma, eu tenho que aprender muito e de maneira autônoma, mas eu sempre terei a quem recorrer, em caso de dificuldade. Além disso, todos os meus professores conhecem os alunos pelo nome, e trazem questões a serem debatidas em aula, o que torna a experiência muito mais interessante e motivadora.

Enfim, a minha experiência aqui tem sido bastante enriquecedora tanto no aspecto acadêmico quanto no aspecto pessoal. Nós próximos meses, trarei mais novidades sobre a minha vida em Carleton. Espero com isso incentivar mais jovens a estudarem aqui!

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Sobre o autor

Pedro Girardi é aluno de graduação do Carleton College, nos Estados Unidos, onde pretende se formar economia e política. Durante o ensino médio, envolveu-se em diversos projetos nessas áreas, sendo seu preferido a participação em Simulações das Nações Unidas. Por meio de atividades extracurriculares, descobriu que adora lidar com pessoas e ajudá-las a desenvolver suas habilidades. Quer ser professor e pesquisador.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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