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Quer estudar no exterior? Invista em autoconhecimento!

Redação do Estudar Fora - 26/04/2016
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Líderes absolutas nos rankings de qualidade de ensino, as instituições americanas são as que mais atraem os estudantes brasileiros. Sem informação e orientação, porém, muitos jovens que querem estudar no exterior enfrentam dificuldades em um processo seletivo tão diferente dos vestibulares no Brasil, que valorizam essencialmente o desempenho acadêmico do aluno.

Nos Estados Unidos, a seleção para a maioria das universidades – tanto para graduação quanto para pós – é padronizada e holística, como explica a consultora educacional Luciana Fortes. Segundo ela, isto facilita para o candidato na hora da application, pois ele é avaliado tanto por seu perfil dentro de sala quanto por seus interesses fora dela.

Ser avaliado como um todo é justamente um dos maiores desafios para brasileiros, pouco acostumados a refletir sobre como seus interesses e atividades são complementares à sua formação. Assim, quem pretende estudar no exterior deve, com bastante antecedência, fazer uma pesquisa sobre as universidades de interesse, estudar inglês, manter boas notas na escola ou universidade e iniciar as atividades extracurriculares.

Mas o que são atividades extracurriculares?

Um dos maiores desafios para quem está se candidatando é descrever as atividades exercidas fora da sala de aula. As universidades americanas esperam que o aluno use o tempo em coerência com seu interesse, mostrando proatividade e espírito de liderança. Luciana explica que é fundamental fazer atividades que de alguma forma se relacionem com o que o candidato pretende para o seu futuro e que demonstrem suas paixões. “Tive um aluno que iria tentar engenharia, mas amava surf. Ele aproveitou este interesse e passou a dar aulas de surf para deficientes físicos. Foi um trabalho voluntário, mas que tinha a ver com o que ele gostava de fazer”.

Ela destaca outras atividades que podem ser feitas, como uma pesquisa aprofundada em um assunto, engajar-se em um projeto comunitário, aprender a programar, ensinar algo na sua área de interesse… ou algum hobby – mas sempre considerando em primeiro lugar o perfil do próprio jovem.

A importância do autoconhecimento para estudar no exterior

Segundo a especialista em estudo no exterior Andrea Tissen, encontrar a universidade com o seu perfil é resultado de muitas conversas e de profundo autoconhecimento. “É necessário saber quais são as principais dificuldades do aluno, que tipo de currículo acadêmico ele apresenta, etc. São muitas questões que precisam ser levadas em conta além de ‘vou estudar na melhor escola’. A melhor escola disso ou daquilo pode não ser a melhor escola para você”, argumenta.

Para ela, existe uma “preguiça coletiva” em procurar opções. “Sempre digo: você pesquisou? Olhou o que esta instituição oferece? Se tem o curso que você quer fazer? Se pode andar de bicicleta? É importante fazer isso antes de ir”, completa. Para ela, é necessário que os estudantes se apropriem desse processo. “É uma delicadeza que você precisa ter consigo mesmo. Saber se avaliar e saber se vai ser bom pra você estudar no exterior”.

Luciana, que conduz um programa de preparação personalizada chamado Aplica!Prep, trabalha para orientar estes estudantes na conciliação de todas estas atividades com importantes decisões de vida. “Trabalhamos perto de cada aluno tentando fortalecer seus pontos mais fortes e desenvolvendo o seu potencial”. Segundo ela, esta reflexão sobre seus pontos fortes e fracos, bem como seus interesses, pode ajudar o candidato a encontrar a universidade mais adequada ao seu perfil.

O autoconhecimento é uma característica que pode ser desenvolvida e é fundamental na descoberta do propósito pessoal de cada um. Para uma escolha mais assertiva de onde estudar no exterior e para montar uma application de sucesso alinhada com seus valores e gostos pessoais, o processo de se autoconhecer pode ser um diferencial.

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Essays: as redações que olham para passado e futuro

O ponto de maior dificuldade para a maioria (e também o que consome mais tempo) é a escrita das redações. “De todas as etapas do processo, as redações (chamadas de essaysforam sem sombra de dúvida as mais angustiantes, pois eu tinha que contar uma história real e concreta minha que, em aproximadamente 650 palavras, mostrasse quem eu realmente sou. Tinha que ser o texto mais pessoal possível!”, relembra Bernardo Portilho, carioca que foi estudar no Middlebury College.

A quantidade de textos pode variar por universidade. Em geral, é preciso que o candidato faça pelo menos o Personal Statement, que é escrever quem ele é. “Isso é bem fora do perfil acadêmico dos alunos no Brasil. Eles não entendem o porquê e nem como fazer isso. É preciso que ele exponha alguma história interessante que o mudou, alguma coisa que participe de forma importante na vida dele”, explica Luciana.

Outras universidades fazem perguntas mais específicas, como “Por que você escolheu esta universidade?” ou “Como você pode contribuir com a comunidade acadêmica?”. Para estas perguntas, o ideal é aprofundar nas suas áreas de interesse, na comunidade acadêmica e quais aspectos da vida naquela instituição contribuirão para a sua formação como pessoa e profissional.

Bernardo afirma que fazer uma escolha consciente sobre sua instituição de destino foi importante inclusive na hora de justificar sua escolha. “Falar do quanto a universidade é academicamente forte ou prestigiada no geral não é bom. Em vez disso, procure características muito específicas e mostre como elas têm a ver com você e suas aspirações”, ele orienta.

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