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Processo de admissão ao LL.M.: como fazer o seu personal statement

Lecticia Maggi - 25/08/2014
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Olá pessoal. Na última coluna falei sobre preparação do currículo. Hoje vamos abordar o personal statement.

Ao meu ver, o PS é onde você deve começar e terminar o seu pacote de aplicação. Como já disse algumas vezes em minhas colunas, o pacote de aplicação deve ser consistentemente em torno de um tema que destaque você como alguém especial, que merece (ou idealmente deve) ser admitido. Enfim, o PS deve dar o pano de fundo — contexto — e sentido a todas as demais peças do pacote: currículo, cartas de recomendação, etc.

Quero fazer um LL.M. – E agora?

Minha sugestão é começar o processo com uma minuta de PS, sem se preocupar com gramática, ortografia, tamanho – escreva free flow – e vá ajustando ela na medida que você vai trabalhando nas outras peças. Ao final do processo, você já deverá ter seu “tema” bem sedimentado para finalizar o PS.

Em termos de estrutura e redação, como o nome já diz, trata-se de uma peça bem pessoal. Mas aqui vão algumas dicas que acho que podem ajudar:

Não repita o currículo no PS, o que muita gente erroneamente faz. Pense no currículo como a estrutura de uma casa e o PS como a decoração interior

O PS não é um romance ou diário da sua vida. Coloque-se no lugar de um oficial de admissões que lê centenas de PS. Sentenças longas, na voz passiva, são cansativas de ler e também indicam incerteza ou insegurança do candidato. Frases bem estruturadas, curtas, e na voz ativa demonstram confiança.

Tendo dito isto, não existe formula mágica para a estrutura do PS. Uma forma de abordá-lo é começar pelo fim: por que você quer ingressar naquela universidade, e por que eles devem admiti-lo(a). Depois, um parágrafo sobre sua vida profissional (se houver), outro parágrafo sobre sua vida acadêmica, outro parágrafo sobre sua vida pessoal (mas lembre-se, coisas pessoais de você que têm alguma relação com suas aspirações profissionais/acadêmicas, como voluntariado, esportes, atividades de liderança na comunidade, etc.), e um parágrafo de conclusão reforçando porque você deve ir para aquela universidade.

Não repita o currículo no PS, o que muita gente erroneamente faz. Pense no currículo como a estrutura de uma casa e o PS como a decoração interior. Se o resumé mostra o que você faz/fez, o PS mostra o porquê do que você faz/fez, e o porquê do que você quer fazer. Lembre-se que, tão importante quanto o que você fez para chegar até aqui, é a universidade saber do seu potencial de liderança, de que você tem potencial para ser alguém que no futuro vai continuar elevando a reputação da instituição. Neste ponto – seu potencial – é onde acredito o PS tenha mais valor.

E como no currículo, revise, revise, revise. Deixe a minuta de lado por algum tempo e retorne com os olhos de alguém que nunca viu você antes, e peça para outras pessoas revisarem sua minuta para conteúdo, ortografia, inglês. E também, como sempre, use a internet e publicações especializadas que já indiquei, ou outras, claro, para ter uma idéia da estrutura padrão de PS (mas, por favor, nao faça um PS que parece ter saído de um manual!).

Na próxima coluna, falaremos das cartas de recomendação.

Até!

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Claudio Rechden – Colunista sobre a experiência de cursar um L.L.M nos EUA 

Claudio

Claudio Rechden cursou direito na PUC do Rio Grande do Sul e fez mestrado na mesma área  (o chamado LL.M.) na Universidade Georgetown, nos Estados Unidos. Desde 2000,  trabalha no International Finance Corporation, em Washington, dando suporte legal em reestruturações financeiras e novos investimentos. Ele já deu aulas em Stanford e hoje se dedica à formação de bacharelandos e mestrandos como professor adjunto em Georgetown. Com suas colunas, espera ajudar a atrair talentos brasileiros para as melhores faculdades de Direito dos EUA.

Leia todas as colunas do Claudio Rechden

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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