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MBA internacional além de Harvard e Stanford

Lecticia Maggi - 20/08/2015
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Muitos candidatos pensam que só vale aplicar para um MBA internacional se sua chance de entrar em escolas ‘top 5’, como as famosas Harvard e Stanford, for grande. Mas a realidade é que a competitividade nas melhores escolas de negócios do planeta aumentou significativamente nos últimos anos. Considerando que existem aproximadamente 13.000 programas de MBA no mundo, será que esse pensamento de que só vale a pena se forem as primeiras dos rankings é bem fundamentado?

A escola de negócios da Universidade de Toronto, cujo programa full-time é o melhor do país, possibilita que os graduandos consigam visto de trabalho de três anos

Usando o exemplo da Harvard Business School: em 2005, a taxa de aprovação da escola foi de 15,7%, com uma nota média no GMAT (prova padronizada que mede raciocínio lógico e verbal) de 707. Em 2014, a taxa caiu para 11% e o escore médio do GMAT aumentou para 726. De lá para cá, ficou duas vezes mais difícil de entrar na Duke University’s Fuqua School of Business, a primeira colocada no ranking mais recente da Businessweek.  Desde 2012, 61% das escolas que oferecem MBAs full-time de 2 anos verificaram aumento no número de candidatos.

Com uma competitividade tão alta, é necessário ter elementos de evidente diferenciação no application para conquistar uma vaga nas escolas mais bem rankeadas. Não basta ter uma nota no GMAT excelente; é o conjunto da obra – leia-se, histórico pessoal único, trajetória profissional relevante e perfil acadêmico forte –, que pode garantir a aprovação. Olhando o perfil dos candidatos aprovados pelas escolas top, dá para perceber que a jornada não é fácil.

Agora, no caso de quem tem pouca experiência internacional e um deslize no histórico aqui ou ali, não há motivo para se limitar à estratégia do “tudo ou nada”. Entrar em uma escola ‘top 5’ é um grande feito sim, e o diploma, aliado à experiência internacional, pode alavancar a vida.

Contudo, não é só de graduados em escolas ‘top 5’ que vive o mercado. Ao analisar dados do último ranking do Financial Times e do Career Report das escolas, concluímos que, financeiramente, vale a pena investir em um MBA no exterior, já que a diferença no tempo de retorno entre as escolas top 30 é praticamente insignificante. Em geral, demora-se em torno de 4 anos para pagar 100% do investimento em mensalidade, viagens e custo de vida  gastos nestes programas full-time de 2 anos.

Para brasileiros que pensam em emigrar ou permanecer por um tempo no exterior após receber o diploma, o Canadá, por exemplo, pode ser uma excelente opção. A escola de negócios da Universidade de Toronto, cujo programa full-time é o melhor do país, possibilita que os graduandos consigam visto de trabalho de três anos. Esse período pode servir não só para reforçar a bagagem pessoal e profissional, mas também para pagar a dívida adquirida por meio de empréstimos (loans) com mais facilidade e rapidez.

Para atrair candidatos competitivos, especialmente com GMAT alto, algumas escolas menos ‘famosas’ apostam em pacotes financeiros irrecusáveis

Outro ponto a se pensar é a oferta de bolsas de estudo. Para atrair candidatos competitivos, especialmente com GMAT alto, algumas escolas menos “famosas” apostam em pacotes financeiros irrecusáveis. É difícil rejeitar uma bolsa de estudos que cobre 100% da mensalidade, não é verdade? Claro que vale a pena analisar cada caso, ainda assim, essa é uma vantagem que deve ser considerada.

Portanto, é importante refletir bastante na hora de fazer suas escolhas. Escolas além das tão sonhadas Harvard e Stanford podem também mudar sua vida. Nossa dica é investigar detalhadamente os rankings do Financial Times, Businessweek e The Economist e fazer uma análise pragmática de quais escolas você tem mais chances de entrar e, ao mesmo tempo, de sair com seus objetivos pessoais e profissionais alcançados.

Para complementar a análise dos rankings, procure também profissionais da sua rede (ou por meio de sites como LinkedIn) que já passaram por estas instituições e busque saber mais sobre suas experiências lá fora.

Sabemos que nem todos conseguem fazer isso, mas visitar as escolas pode ajudar bastante. Questionar-se: “esse lugar me deixa animado, ambicioso, sonhador?”, “isso me provoca a crescer?”, “essas pessoas, alunos e professores, me inspiram?” te ajudará a tomar uma decisão embasada em fatos (rankings, análise do perfil do corpo de alumni, career reports) e no seu próprio instinto.

Finalmente, considere as alternativas: o que é melhor pra você: cursar um MBA numa escola top 50 e viver 1 ou 2 anos num contexto completamente diferente ou continuar como e onde você está, sabendo que as oportunidades de sair por esse tempo, dedicando-se exclusivamente a aprender e crescer como pessoa e profissional, serão cada vez mais escassas? A escolha é sua.

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Esta coluna é assinada por Daiana Stolf e Alex Anton.

Daiana Stolf é cientista por formação e escritora e coach por paixão. De mestre pela Universidade de Toronto (Canadá) a aluna de Gestão Estratégica naUniversidade de Harvard (EUA), passando por cientista-doutoranda da EPFL (Suíça), em 2011, descobriu o prazer de guiar brasileiros curiosos e determinados a expandir seus horizontes por meio de cursos de pós-graduação nas melhores universidades do mundo. Ela é co-fundadora da Top MBA Coaching.

Alex Anton fez MBA na Harvard Business School e adora ajudar outros brasileiros a realizarem o sonho de estudar nas melhores escolas do mundo. Apaixonado por viajar, já morou e trabalhou no Canadá, Alemanha, Suíça, Indonésia, Estados Unidos e China. É co-fundador da TopMBA Coaching e entusiasta da meditação, fotografia e corrida.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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