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Entenda como funciona o intercâmbio de high school no Canadá

Lecticia Maggi - 26/05/2023
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Por Vivian Carrer Elias

Cursar parte do ensino médio fora do Brasil é uma alternativa para ainda bem jovem aprimorar o inglês e entrar em contato com uma cultura totalmente diferente. Nesse tipo de intercâmbio, os Estados Unidos são o destino mais conhecido, mas há outras ótimas opções, como o Canadá.

O país é referência em ensino e qualidade de vida: a ONU o considera a 5ª nação mais feliz do mundo e três de suas cidades, Montreal, Vancouver e Toronto, estão entre as melhores para estudantes, segundo a consultoria QS. Outro atrativo é o custo do intercâmbio de high school (ensino médio), que, em geral, costuma ser mais em conta do que no nos EUA.

A escola pública tem disciplinas mais abrangentes, com opções como aulas de esportes, teatro e artes

De acordo com André Simonetti, gerente de produtos da Central de Intercâmbio (CI), a procura pelo Canadá mais do que dobrou nos últimos cinco anos. “O governo canadense vem promovendo cada vez mais o país, e os estudantes começaram a enxergar o Canadá menos como aquele país gelado, e mais como um lugar com excelente educação”, diz.

Leia também: Intercâmbio no Canadá: tudo sobre a experiência

Intercâmbio Para fazer intercâmbio de high school no Canadá, o aluno deve ter pelo menos nível intermediário de inglês. O mais comum é optar por cursar o 2º ano do ensino médio por lá, mas nada impede que o aluno viaje já no 1º ano ou somemente no 3º.

É possível permanecer no Canadá por um semestre – entre setembro e fevereiro ou entre fevereiro e junho – ou por um ano. Neste caso, recomenda-se que o aluno comece os estudos em setembro, que é o início do ano letivo no país.

Muitos têm receio de que o intercâmbio possa atrasar a formação no Brasil, mas isso não costuma ocorrer já que é possível validar o currículo. “O intercambista terá que cumprir as disciplinas obrigatórias no Canadá, como inglês, matemática e educação física. Ele poderá conciliar essas matérias com outras eletivas, que vão desde marcenaria a web design”, afirma André.

O high school no Canadá pode ser feito em escolas públicas ou particulares. Ambas são pagas pelo intercambista, mas as públicas saem por um preço menor. Por se tratar de uma nação que investe muito em educação, as duas opções são de altíssima qualidade.As aulas iam das 8 às 16 horas e a escola tinha uma ótima infraestrutura, com computadores e laboratórios modernos. Me lembro que um turma chegou a dissecar um sapo em uma das aulas de ciência

“A escola pública tem disciplinas mais abrangentes, com opções como aulas de esportes, teatro e artes. Já a particular, de um modo geral, tem foco mais acadêmico e é procurada por alunos que já pensam em cursar uma universidade estrangeira”, explica André.

As aulas iam das 8 às 16 horas e a escola tinha uma ótima infraestrutura, com computadores e laboratórios modernos. Me lembro que um turma chegou a dissecar um sapo em uma das aulas de ciência

Cidades – Entre as cidades canadenses mais procuradas para esse tipo de intercâmbio, estão Vancouver, Winnipeg, Ottawa e Calgary. No Canadá, os intercambistas sempre podem escolher em qual cidade vão morar. Já nos Estados Unidos, por exemplo, há dois tipos de intercâmbio de high school: um em que o aluno internacional escolhe sua cidade de estudos e outro em que preenche um formulário e o governo americano o destina para uma cidade. Quando o aluno deseja escolher a cidade, o preço é mais elevado.

Para se ter uma ideia, um intercâmbio de um semestre em uma escola pública de Winnipeg pela CI custa cerca de USD 7.830. Esse valor inclui os estudos, acomodação em casa de família, seguro saúde e translado do aeroporto. Se o estudante optar por uma escola particular da cidade, o preço sobe para USD 11.280. “Em algumas regiões dos EUA, o valor de um programa com escolha da cidade sai por USD 15.000”, diz André.

Ensino médio em Vancouver –  A estudante de economia Valéria Mendonça, de 25 anos, cursou um semestre do ensino médio na Bodwell High School, em Vancouver, que é uma escola particular. “Lá, há flexibilidade para montar a grade curricular conforme o perfil do aluno. Por exemplo, na época eu queria fazer faculdade de medicina, então a escola permitiu que eu cursasse biologia em uma série acima da minha para eu poder aprender mais”, afirma Valéria. “As aulas iam das 8 às 16 horas e a escola tinha uma ótima infraestrutura, com computadores e laboratórios modernos. Me lembro que um turma chegou a dissecar um sapo em uma das aulas de ciência”, conta.

A acomodação da estudante foi na casa de uma família canadense, o que ela considerou muito positivo para aprender inglês.  “É a melhor maneira de ganhar fluência”, diz. “No intercâmbio, precisamos nos adaptar a uma família que não é a nossa, a hábitos diferentes, a uma cidade nova. Isso me preparou para situações que vivi anos depois, como entrar na faculdade ou começar em um emprego novo.”

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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