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Universidade Duke, a universidade onde foi criada a primeira capa da invisibilidade do mundo

Nathalia Bustamante - 11/09/2020
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A tradicional Universidade Duke, localizada na cidade de Durham, na Carolina do Norte, foi fundada em 1838 por metodistas na vizinha cidade de Trinity. Originalmente chamada Trinity College, foi transferida em 1892 para a cidade de Durham, onde a família Duke passou a atuar como sua principal benfeitora.

À época, os Duke haviam construído um império financeiro mundial com a fabricação de produtos de tabaco e produção de energia elétrica na Carolina do Norte e do Sul. Em 1924, James Buchanan Duke criou a fundação filantrópica The Duke Endowment como um memorial para seu pai, Washington Duke.

A criação do fundo — hoje um dos mais ricos do mundo — transformou a então Trinity College na Duke University. O campus principal de Duke incorporou o estilo gótico de arquitetura ao estilo georgiano.

A universidade Duke ficou mais conhecida no Brasil por ser onde o médico e pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis, referência na área de neurociência, desenvolveu o chamado “exoesqueleto” –  um equipamento de alta tecnologia que possibilitou a um jovem paraplégico dar o chute inicial (simbólico) da Copa do Mundo de 2014.

A universidade também possui 10 laureados com o Prêmio Nobel e um Turing Award. Também foi lá a primeira demonstração de uma capa da invisibilidade, em outubro de 2006.

A "capa da invisibilidade" criada por físicos pesquisadores da universidade de Duke
A “capa da invisibilidade” criada por físicos pesquisadores da universidade de Duke

A universidade Duke em números

Hoje, Duke possui 12 escolas e institutos e quase 15 mil alunos — sendo cerca de 6,6 mil na graduação e 8,4 mil na pós-graduação. Desses, cerca de 3,3 mil são alunos internacionais (uns 20% do corpo estudantil), dos quais aproximadamente 700 estão na graduação

A universidade também possui um dos maiores fundos para pesquisa dos Estados Unidos, chegando a um bilhão de dólares em investimento em pesquisa por ano. Além disso, a instituição é a 7ª mais rica dos EUA, com um fundo estimado de US$ 13 bilhões.

Nos rankings, a instituição frequentemente fica entre as melhores do mundo. Confira sua colocação nas edições mais recentes:

Cursos oferecidos

A Universidade de Duke é composta por 12 escolas, sendo que duas delas são voltadas a estudantes de graduação: o Trinity College of Arts and Sciences e a Pratt School of Engineering.

No total, são oferecidos 46 majors de artes e ciências, quatro majors de engenharia e 52 minors. Isso sem contar os programas IDEAS e Program II, que permitem aos estudantes desenharem sua própria formação interdisciplinar. Confira nos links abaixo a lista completa dos cursos:

O processo seletivo da universidade Duke

A admissão é o padrão da maioria das universidades nos EUA e altamente seletiva. No ano de 2018, a universidade teve uma taxa de aceitação de apenas cerca de 9%. Na primeira fase, os profissionais do escritório de admissão dividem as candidaturas por estado e país e fazem uma análise preliminar da competitividade dos candidatos. Neste momento, cerca de 50% dos aplicantes já são eliminados.

Os que sobram têm suas candidaturas avaliadas por duas pessoas, que eliminam mais alguns. Por fim, um terceiro profisisonal avalia os applications restantes e determina os aprovados.

Segundo o diretor de admissões da universidade, Christoph Guttentag, um erro comum dos adolescentes que desejam fazer a graduação no exterior é tentar descobrir o que as universidades buscam e então se adaptar a este “modelo de estudante”. “Quase sempre quando os alunos tentam fazer algo porque acreditam que aquilo é esperado pela faculdade não há entusiasmo e nem comprometimento”, afirmou em entrevista.

Para a graduação, o candidato paga uma taxa de US$ 85 para se inscrever pelo Common App, onde deverá submeter o SAT ou ACT, além do TOEFL ou IELTS.

Para a pós-graduação, é necessário pagar uma taxa de US$ 80, submeter os testes GRE e GMAT, cartas de recomendação e checar se o seu departamento pede algum documento extra. É obrigatório, neste caso, apresentar um diploma de conclusão da graduação.

Bolsas de estudo

A universidade utiliza como política de admissão o need-blind, mesmo para alunos internacionais. Isso quer dizer que a seleção não leva em conta a necessidade financeira dos estudantes. Se você for escolhido, e depois a universidade descobrir que você só poderá estudar lá recebendo bolsa integral, você receberá a bolsa.

Cerca de 50% de todos os alunos da Duke recebem algum tipo de ajuda financeira, que inclui bolsas de necessidade financeira, bolsas de mérito e por atuação atlética. Em todos os casos, a solicitação de apoio financeiro deve ser feito no momento da candidatura, caso contrário o aluno não poderá pedir a ajuda em outros anos.

A subvenção média com base na necessidade de 2015-2016 foi de cerca de US$ 45 mil dólares. Para os candidatos à graduação, o custo de vida chega a US$ 61.404 por ano acadêmico. Já para os alunos da pós-graduação o valor salta para US$ 44 mil anuais. Mais informações aqui.

Vida de Estudante

A Universidade de Duke exige que os estudantes vivam no campus pelos três primeiros anos da graduação – uma exigência justificada pela administração como um esforço para que os estudantes se conectem melhor com os outros e com a comunidade acadêmica. Assim, 85% de todos os estudantes de graduação vivem no campus, e uma das residências estudantis.

Mais de 400 clubes e organizações estudantis atuam no campus, e cerca de 30% dos estudantes são membros de fraternidades e sororidades. Além disso, a atividade atlética tradicionalmente é uma parte importante da vida de estudante no campus. Os estudanets são reconhecidos como alguns dos torcedores mais criativos entre as universidades americanas e, como os ingressos para competições e partidas são gratuitos para todos os estudantes, é comum que as filas se formem horas antes dos jogos.

A Associação Atlética da Universidade de Duke possui 27 esportes e mais de 650 estudantes-atletas, conhecidos como Blue Devils.

Para saber mais sobre a experiência de estudantes na instituição, confira aqui um depoimento de Carolina Lyrio, brasileira que fez sua graduação por lá; e aqui o relato de Cláudia, que embarcou para o seu MBA na Fuqua Business School.

Ex-Alunos Ilustres

  • Richard Nixon (ex-presidente americano);
  • Tim Cook (CEO da Apple);
  • Ricardo Lagos (ex-presidente chileno);
  • Melinda Gates (co-fundadora da Bill and Melinda Gates Foundation);
  • Jared Harris (ator da série Mad Men).

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Sobre o escritor

Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante é jornalista formada pela UFJF. Foi editora do Estudar Fora entre 2016 e 2018 e hoje é coordenadora de Conteúdo Educacional na Fundação Estudar.

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