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Como ser aprovado em um MBA ‘top’

Cecilia Araujo - 23/09/2013
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O primeiro passo para aumentar suas chances de passar em uma concorrida seleção para um MBA internacional é estar realmente convencido de que quer fazer o curso e pelas motivações certas. Sem isso, você pode acabar desistindo no meio do processo ou não se dedicando o suficiente para ele. Com esse quesito preenchido, é hora de fazer uma retrospectiva da sua vida acadêmica. Todas as melhores escolas exigem boas notas na graduação e uma trajetória profissional interessante. Quando isso é acompanhado por interesse comprovado em atividades extracurriculares – estágios, voluntariado ou iniciativas empreendedoras – melhor ainda.

Tais exigências traçam o perfil de quem aproveitará o MBA da melhor forma, explica Dawna Levenson, diretora de admissões de MBA da Sloan Business School do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Segundo ela, o alto potencial do candidato se reflete no seu registro acadêmico, assim como no seu currículo profissional, cartas de recomendações e resultados no TOEFL e GMAT. “Queremos que nossos alunos garantam uma boa experiência para os seus colegas e contribuam para a escola. Eles devem ser independentes, autênticos, criativos, destemidos e com muita iniciativa.”

Habilidades
Dawana destaca que os candidatos escolhidos pelo MIT para o programa de MBA são aqueles que querem ter um grande impacto na sociedade: deixar sua marca no mundo e inspirar outras pessoas. “Procuramos pessoas com grandes habilidades intelectuais, capazes de trabalhar em equipe e pensar de forma inovadora. Esperamos que nossos alunos redefinam as soluções para os problemas convencionais”, afirma. Os brasileiros que desejam fazer um MBA no exterior devem refletir sobre suas características pessoais e interesses profissionais e compará-los com os perfis da escolas.

Para Alex Chu, fundador da consultoria MBA Apply, o aluno ainda precisa se sentir confortável trocando experiências com pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e religiões. “A maioria das escolas tem alunos de várias partes do mundo. O estudante ideal é alguém que tenha trabalhado ou morado no exterior em algum momento de sua carreira. Ele deve ter a cabeça aberta, livre de preconceitos”, diz. Segundo ele, os candidatos da América Latina, por serem minoria entre os estrangeiros nos MBAs, têm uma chance maior de admissão nos Estados Unidos.

Empregabilidade
Alex Chu destaca ainda que os brasileiros que já tenham trabalhado em uma empresa multinacional provavelmente terão mais chances de serem selecionados do que outros que tenham experiência apenas em firmas locais, desconhecidas fora do Brasil. Segundo ele, muitos recrutadores tentam prever a empregabilidade posterior dos seus candidatos – se eles têm o potencial de sair do MBA com um bom emprego. Esse costuma ser um indicador de qualidade das escolas, e é inclusive muito usado como critério pelos rankings.

Para manter uma boa posição nessas listas, já no processo de seleção as escolas tentam garantir que seus alunos terão um bom desempenho no curso (ao exigir boas notas no TOEFL e no GMAT, uma trajetória profissional ascendente (através das cartas de recomendação) e que serão recrutados por uma boa empresa após o MBA (por meio da entrevista). Conheça a seguir as exigências comuns das escolas para os candidatos ao MBA:

Idioma
O Test of English as a Foreign Language (TOEFL) é o principal certificado que comprova a proficiência do candidato na língua inglesa. Falar fluentemente é essencial, pois as discussões durante as aulas num MBA são parte importante da experiência acadêmica dos alunos nas melhores escolas do mundo. Em algumas faculdades, outros testes também são aceitos, como o IELTS.

Leia também: Quer saber como se preparar para o TOEFL?

Raciocínio
O Graduate Management Admission Test (GMAT) mede a aptidão acadêmica matemática do candidato, que indica se ele conseguirá acompanhar o curso de MBA. Uma pontuação alta no teste não vai garantir sua vaga, mas a nota é classificatória. As escolas geralmente publicam a média dos seus alunos no GMAT, que podem ajudar a estabelecer suas metas nos estudos. Algumas faculdades também aceitam o GRE (Graduate Records Examinations).

Veja alguma dicas para melhorar seu desempenho no GMAT

Redação
A maioria das universidades exige que os candidatos preparem textos em que discorrem sobre sua trajetória profissional, de forma elaborada e convincente. No jargão do mundo do MBA, eles são conhecidos como “essays”. Algumas questões que já apareceram em seleções anteriores são: Quais são os seus objetivos de carreira? Mencione uma realização conquistada por uma equipe sob a sua liderança. Escreva sobre um dilema ético que você enfrentou e como solucionou o impasse.

Saiba mais: O que é esperado em um essay?

Currículo
Os candidatos precisam enviar também seu currículo resumido e seu histórico escolar da graduação. Nos Estados Unidos, ter boas notas pesa muito mais do que no Brasil. Porém, é possível justificar eventuais notas baixas com o envolvimento em projetos extracurriculares, por exemplo.

Recomendação
Duas cartas de recomendação – uma do chefe atual e outra de um antigo – fazem parte da lista de requisitos. O ideal é pedir para a pessoa escrever o documento, mas é importante lembrá-lo dos projetos que você realizou sob sua supervisão.

Aprenda como conseguir uma boa carta de recomendação

Entrevista
A entrevista geralmente é feita pessoalmente, no Brasil. Os avaliadores vêm até o país ou designam um ex-aluno que more aqui para a tarefa. Eventualmente, a conversa também pode ser feita por telefone ou no campus da faculdade. Algumas perguntas muito comuns são um tanto previsíveis: Por que você está interessado em um MBA? De que forma você pode contribuir para o programa? Mas prepare-se também para perguntas bizarras: “Como seus pais descreveriam você quando tinha doze anos?” – essa foi uma pergunta real, feita por recrutadores de Harvard.

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Sobre o escritor

Cecilia Araujo
Cecilia Araujo
Cecília Araújo é jornalista formada pela UFMG. Na Fundação Estudar, foi Coordenadora de Comunicação e Conteúdo, Gerente de Comunicação e Marketing e Co-Diretora. Atualmente, está à frente do projeto Pessoas pela Chapada, que retrata histórias de moradores da Chapada Diamantina.

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